A efeméride é marcada com uma exposição online que imprime a historiográfica do projecto, bem como um debate entre Lukeny Bamba e Kool Klever, cujo tema será a “Existência, persistência e a criação do Artes ao Vivo”, amanhã, a partir das 14 horas no Eclético FM.
Nasceu na Galeria Cenárius, mas já passou por vários spots da cidade de Luanda e fixando “residência” no Espaço Bahia com um formato de microfone aberto contemplando música, poesia e outros atractivos, numa iniciativa do rapper e poeta Lukeny Bamba. A completar dezasseis anos de existência amanhã, o Artes ao Vivo, é um dos mais palpáveis testemunhos da promoção da arte moderna e contemporânea de Angola.
Um dos papéis do “Artes ao vivo” é o de ser instrumento de educação e inserção social. Em cada uma das suas edições, o evento atrai diferentes olhares ampliando assim o conhecimento e convivência com a arte. A mente por trás do projecto contou em exclusivo como tudo começou: “Participei várias vezes num evento do género em Louisiana-baton rouge (sul dos Estados Unidos) onde eles recitavam “spoken word” o apresentador “Xero” tornou-se meu amigo. E quando regressei a Luanda uma vez que actividades do género existem em todo mundo e aqui não existia decide criar um Evento microfone aberto na galeria cenários na cidade alta em 2004”, relembrou Lukeny.

Actualmente, as apresentações artísticas são viradas para a intervenção social, sendo um espaço de sinergia para formadores de opinião, que em 2018 entrou para a TPA2 e além do seu formato inicial, assumiu a vertente de debates e congregou uma corrente spoken que conta com a apresentação de vários poetas “mestres” no spoken word, com temas direccionados para as apresentações colectivas.
Indubitavelmente um “celeiro” de promoção e das artes angolanas, o impacto no desenvolvimento cultura é claramente reconhecido, com grandes talentos da nossa música nacional e não só, que deram os “primeiros passos” naquele palco: Nástio mosquito, Nelson ngenohaita, tunezas, c4pedro, Nadia pimentel, Ndaka yo wiñi, Jack Kanga, kanda e muitos outros. E porque um projecto de tamanha dimensão não podia ser redigido por apenas um homem, Lukeny Bamba juntou-se à Africk, Keita mayanda, Olissassa, Dilson de Sousa, Kardo Bestilo, Shynia Jordão, Myriam, Glória, Elisangela Rita, Victor Barros, Fábio Carvalho, nomes que com o artista engrenaram nesta “aventura”. Uma equipa que se mostra cada vez mais de pedra e cal nesta empreitada onde quem sai a ganhar é a cultura angolana.