Tyro é um rapper que traz na bagagem 12 anos de experiência. Durante este percurso, lançou nove EPs, dentre eles ‘Kilos’, onde explora dramas humanos e aborda, sem receio, sobre os problemas sociais. Enquanto se prepara para anunciar o primeiro álbum veio à Carga para deixar as primeiras impressões da carreira em ascensão.
Quando é que tudo começa?
2001 tive o primeiro contacto com um estúdio de audio profissional e 2008 coloquei, pela primeira vez, a voz num projecto de música.
Sempre levou a carreira a solo?
Não… não comecei a solo. Tudo começou quando ainda menino. Fiz parte do grupo 1.0.3, tempo depois, o Trindad Gang. Com a distância e falta de recursos que tínhamos no momento senti-me obrigado a apostar em uma carreira a solo, mas recebendo sempre a atenção e apoio dos irmãos de batalha.
Quantas músicas possui momento?
Como literalmente durmo e acordo no estúdio, estou sempre a gravar algo. Tenho 8 projectos disponíveis na Internet. Já trabalhei com o blog Rap Semanal, Cenas Que Curto e outros estão no SoundCloud.
O que se espera de si este ano?
Para este ano tenho agendado mais mixtapes. Já disponibilizamos no dia 23 de Maio o EP Kilos, com 12 faixas musicais e mais para final do ano talvez o álbum.
Já tenho 9 trabalhos: “Antes da Fama Vol.1” “Antes da Fama Vol. 2”, “Da Lágrima Pro Diamante”, “Last Shot”, “Mãos na Massa Vol.1”,
“Mãos na Massa Vol.2”, “Pra Elas Part1”, “Androids CD1” e o “Kilos”.
Com quem canta nesses projectos?
O mais recente “Kilos” contei com as participações especiais de Just M, The Next, KocaWeys, NiltonWest e Pedro Kioza.
Com quem trabalha?
Trabalho com a Play Recordz Estúdio, na área de produção musical e executiva, na imagem ArtWork conto com a FollowM e na distribuição das músicas, com a Colombia Distribuidora.
Que tipo de temas tem explorado?
Devido a muitas situações más que a vida já me obrigou a passar, desde sempre abordo a realidade que todos os dias os meus olhos vêem:a dor, a pobreza e a esperança de mudança que o meu povo de baixo ainda acredita que poderá acontecer um dia.
Mas… porquê?
Não vejo motivos de cantar drenas e vibes ou festas quando quem nos consome necessita de ser reeducado desformatado novamente lúcido de determinados assuntos e temas.

Que opinião tem sobre a música em Angola?
Sinceramente, a minha avaliação sobre o estado actual da música em Angola é satisfatório. Hoje temos finalmente uma industria com força, garra e coragem de levar a nossa música, de enfrentar a evolução do mundo digital. Contudo, também sinto que existem vários erros desde os músicos que a cada dia têm vindo a perder desde a cultura aos conceitos do bom fazedor da mesma arte.
Já como produtor, sinto que tem existido um pouco de desleixo por parte dos artistas e graças a media, esses mesmos artistas dão considerados os melhore do game. Tornam a música plástica, sem conteúdo, sem causa ou propósito e nem mesmo um pingo de valor cultural naquilo que hoje chamam de sucesso hit ou banger.. Ou seja a musica em Angola é um salve-se quem puder.
Quer dizer que não se inspira nos músicos angolanos?
Ainda temos Eduardo Paím, Euclides da Lomba, Patrícia Faria, Walter Ananás (O2). Sou nada mais que vítima de todos músicos que fazem boa música.
Teve que alterar o seu estilo de música?
Sim, já alterei o estilo que normalmente o pessoal estava habituado a ouvir-me fazer, com cabeça erguida pois não traí a cultura Hip Hop. Dei uma pausa ao R&B e tenho estado mais focado nas rimas, arte e poesias do Rap.
Para além de cantar, que outras valências têm Mauro Taywany Calundo Banguela?
Além de cantor, sou compositor, director artístico, consultor de carreira e fundador da Colombia “Distribuidora”, que é uma filial da C.A.M e da Play Recordz dos meus tios.