A Casa das Artes receberá no próximo dia 10 de Outubro, a terceira edição da quarta temporada do Duetos N´Avenida, com Celma Pontes e Jaime Joaquim a encabeçar o primeiro cartaz de actores do projecto. A dupla vai encenar a peça ‘A Escrava da Cama’, da autoria de Marisa Júlio e direcção de Tony Frampênio.
Falar sobre a diversidade do Duetos N’Avenida já se tornou quase num “cliché”, a primeira vez que “aventuraram-se” numa proposta diferenciada foi em Maio de 2019, com Calado Show e Gilmário Vemba a levar o humor ao projecto que se alicerçou com cartazes musicais. De lá para cá, a marca vem se consolidando como um evento de calendário de referência, que dá palco a inclusão e em 17 edições já realizadas, vai dando o vislumbre da “viagem” de 360º que pretendem fazer pela cultura, tendo já apresentado três disciplina artística: Música, Humor, Poesia e está a ultimar os preparativos para a quarta, o Teatro.
“É nossa perspectiva tornar o Projecto cada mais abrangente e inclusivo, introduzindo outras vertentes culturais, e dar visibilidade a outros artistas que também têm qualidade, tal como os cantores e têm dado o seu contributo abnegado ao crescimento da cultura nacional”, reitera Figueira Ginga, Director executivo da Zona Jovem, entidade promotora do evento.
Esta também será a quarta casa de espectáculos a qual o projecto chega, uma mudança de palco que se deve em primeira instância a adaptabilidade de um cenário teatral e segundo, porque é parte do projecto fazer esta alternância de espaços. E, mais do que evento de música, de acordo com as palavras de Figueira Ginga, o Duetos N´Avenida objectiva chegar ao estatuto de produto cultural “abrangente e inclusivo”.
Atento a todas as oportunidades para arriscar novos voos, o homem de cultura garante a continuidade “dentro destas vertentes, procurando melhorar e diversificar, sempre atentos aos talentos nacionais, que merecem o nosso respeito e espaço no mosaico cultural”, declara.
Ainda a equilibra-se após um ano de interregno, questionámos quais têm sido os maiores desafios da realização de eventos em tempos de pandemia, e ficámos a saber que “tem sido garantir as medidas de biossegurança durante a preparação dos eventos e durante a realização dos mesmos, para dar a segurança a todos os participantes em termos de saúde e em segundo lugar e também muitíssimo importante, a dificuldade em rentabilizar os eventos com o público reduzido, bem como captar parcerias para sustentabilidade financeira”.
Sobre a peça
‘A Escrava da Cama’ não é uma peça inédita, a mesma já esteve em cartaz na ` Rajada Teatral´ , com Kayaya Júnior no papel principal, porém, nesta primeira experiência com a dramaturgia, Figueira faz saber, que foi escolhida a dedo, não só por ser protagonizada em duo, mas também pela qualidade e a substituição do actor já a tornará diferente nalgum ponto. Relembre ainda, que a autora da peça, Marisa Júlio, já foi galardoada com o Prémio Nacional de Cultura e Artes, razão que não deixa contestar a excelência do seu trabalho.
A peça teatral em questão aborda problemáticas como: o uso de drogas, violência doméstica, agressão verbal e a falta de dialogo no relacionamento. A sinopse discorre sobre o quotidiano de um casal recém casado, que em Lua de mel, vive uma paixão ardente. “Telma é feliz porque faz as vontades do seu parceiro, embora esteja ele sempre insaciável, mas o que ela não sabe é de onde vem esse vício obsessivo por sexo: Nicolau é toxicodependente, usa e abusa de Telma sem que ela perceba. Quando esta descobre terá de aceitar? Perdoar? Ou o abandonar?”, questão que poderá ver respondida caso “juntar-se a esta incursão ao teatro nacional, e a desfrutar de um momento de qualidade cultural”, convida.