Segundo a Academia Sueca, Abdulrazak Gurnah foi o laureado deste ano “por sua penetração intransigente e compassiva dos efeitos do colonialismo e do destino do refugiado no abismo entre culturas e continentes”.
O anúncio foi feito na manhã de hoje. Abdulrazak torna-se assim o quinto africano a receber o Nobel de Literatura.
Gurnah constrói seu universo literário com ricas descrições sobre a África Oriental e evita estereótipos, revelando conflitos e mostrando a diversidade cultural local.
Radicado no Reino Unido, o romancista ficou conhecido sobretudo pelo livro “Paradise”, de 1984, centrado no leste da África durante a Primeira Guerra Mundial. No ano passado publicou “Afterlives”.
De 73 anos, nasceu na ilha de Zanzibar, na Tanzânia, e chegou à Inglaterra como refugiado no final da década de 1960 e tem o suaíli como primeira língua, mas usa o inglês como ferramenta literária.
Até a sua recente aposentadoria, Gurnah foi professor de Inglês e de Literaturas Pós-coloniais na Universidade de Kent, em Canterbury, Reino Unido.
Mas, o escritor não é o único africano a conquistar o Nobel da Literatura. Na lista estão também Wole Soyinka (Nigéria), Naguib Mahfouz (Egipto). Nadine Gordimer (África do Sul) e J. M. Coetzee, também nascido na África do Sul.
Até agora, os laureados ao Nobel de 2021 foram:
David Julius e Ardem Patapoutian venceram o Nobel de Medicina, na segunda-feira (4), por suas descobertas sobre receptores e temperaturas de toque.
Syukuro Manabe, Klaus Hasselmann e Giorgio Parisi receberam a láurea de Física, na terça-feira (5), “por contribuições inovadoras para a compreensão de sistemas físicos complexos”. O trabalho ajudou a compreender como se dão as mudanças climáticas que afetam o planeta.
Benjamin List e David WC MacMillan ganharam o de Química, ontem (6), “pelo desenvolvimento de organocatálise assimétrica”, uma ferramenta que é capaz de atuar na construção molecular. O trabalho da dupla tem ajudado na elaboração de novos medicamentos, tornando a química mais sustentável.
Veja o cronograma do Prêmio Nobel
Amanhã será conhecido o vencedor do Prémio Nobel da Paz e segunda-feira (11) o de Economia.