As canções de Paulo Flores são os mais belos e fiéis retratos sobre Angola desde 1975 e mereceram, ontem, em Luanda, o renconhecimento do colégio de intelectuais angolanos, através da Academia Angolana de Letras (AAL).
Com 16 álbuns publicados, fruto de mais de 30 anos de carreira, Paulo Flores foi destacado pelo colégio de intelectuais angolanos por ser uma das vozes que mais contribuem para o cancioneiro angolano.
Neste lado específico, as vivências entre a capital angolana e Lisboa têm servido de inspirações das suas abordagens críticas e interventivas sobre a Angola pós-indepedência.
‘Ti Paulito’, como é acarinhado nos círculos musicais, é dos expoentes do Semba e, por isso, considerado o “embaixador” do estilo.
Seus temas “Inocente”, “Maravilhoso 1972”, “Makalakato” ou “Como Vai Mana Xiquita” evidenciam a urgente necessidade de contrução da igualdade entre os angolanos.
“Quando comecei a cantar tinha entre 16 ou 17 anos e na época cantava apenas por cantar. Via as coisas e escrevia, outras foram criadas no momento. Não tinha noção do que cantava. Hoje vejo e entendo as mensagens que as minhas músicas carregavam”, recordou, citado pela Angop, durante a cerimónia ontem.