A classe artística angolana quebrou o silêncio e decidiu dar um basta à indiferença perante a brutalidade e violência policial que, vezes sem conta, resultaram em mortes, como foi o mais recente caso de José Manuel, morto à tiro no Prenda. A bárbara acção, alegadamente cometida por um agente da polícia nacional, gerou uma corrente de protesto na indústria da música angolana.
O assassinato do jovem de 23 anos, ocorreu na madrugada de 12 de Julho, no bairro Prenda, em Luanda, e não foi o único acto atribuído a agentes da polícia nacional este ano, mas pode significar o fim do silêncio da classe artística angolana várias vezes acusada de insensibilidade perante a dor da perda dos concidadãos e de serem mais sensíveis à brutalidade policial praticada contra cidadãos dos Estados Unidos da América, Inglaterra, Portugal ou França.
Apontam-se os protestos nas redes sociais a favor do Black Lives Matter como provas disso, pois, dias depois do enterro de George Floyd, o país voltou a registar mais uma morte no Bairro Huambo. Tratava-se de António Domingos Vilola, de 21 anos, alguns dias antes do assassinato do adolescente Altino Arlindo Afonso “York”, 15 anos de idade, no bairro Simone Mucune, distrito do Camama, em Talatona.
Para atrás ficou o silêncio, porque músicos e figuras públicas angolanas como: DH, DNXL, Prodígio, Znobia, Bass, Ready Neutro, Eva Rap Diva, Flagelo Urbano, Bass, Freddy Costa, Cef Tanzy, Anna Joyce, Paulo Flores, Yannick Afroman, Gilmário Vemba, Prodígio, Og Vuino, Yuri da Cunha, Niiko, Sílvio Nascimento ou Lukenny Bamba decidem colocar fim às críticas sobre a letargia e vão aos poucos provando que, vidas angolanas também importam, sim!