Bottles é o single que traz Luy M de volta ao movimento Hip Hop, após sete anos de interregno. Uma ausência que foi regida por tomada de decisões importantes para a vida pessoal e, por conseguinte vieram acompanhadas de “algumas responsabilidades junto de assuntos profissionais e acadêmicos”.
A medir a popularidade, o novo single já disponível nas plataformas de streaming, trouxe uma revelação importante para o rapper, o estatuto continua intacto. “Desde o lançamento da música, tive muitos elogios e quase crítica nenhuma, muita gente ouviu e partilhou ao mesmo passo que nas plataformas as pessoas foram fazendo dowloads, foram 1000 só em uma semana, considero isto como um feedback positivo, principalmente por ela estar a tocar na rádio sem promoção massiva ainda… balanço positivo”, confirma.
Longe das lides, mas não do movimento, Luy M pôde de longe observar e acompanhar todas as mudanças e evoluções do Rap nacional. Esta fase lhe serviu de “encubadora” criativa para melhor projectar os próximos passos deste retorno, revela trazer novas sonoridades, “mas super conservador”, com uma abordagem um pouco complexa literalmente metafórica.
“Busco fazer o Rap que gostaria de ouvir, talvez por isso as pessoas vão achar o meu trabalho diferenciado” e, explica que não é tanto uma escolha manter o status, mas sim pela música, “uma necessidade quase fisiológica de criar. Sou um admirador da criação, acho que essa é a nossa porção divina”.

1. Sem medo c/ Guto,Yung D,Chief-k Coro: Loro Mance Prod: MG
2. Toda noite c/Chief-k Coro: Lendário smock Prod:Black Magic
3. Lambido c/Dread Killa Prod:MG
4. Conexão c/ Lpjam Prod:Mg
5. Botlles Prod:MG
6. Street Hustla Gang c/ Lenny P Prod:MG
7. Voz do Povo c/ Rodex Coro: Jay Madd Prod: Das Ideias
8. Paz & Amor Prod:F.AGGMAN
9. Real Nigga Prod: Dealer Skillz
Bottles, (re)apresenta o MC de raiz que vai doravante trabalhar de forma independente, aspirando que os novos tempos lhe tragam novas conquistas e, é também a primeira promocional da próxima EP, que será lançada no próximo mês de Agosto e intitular-se-á “2.3.6” e cuja playlist é partilhada em primeira mão à Carga Magazine.
“2.3.6” é um retrato de fortes momentos e emoções que o rapper vivenciou na “street” ao lado dos seus contemporâneos dos Xcomba, como popularmente é chamada a Avenida Comandante Valódia Ex Combatentes. “236 é o número do prédio onde vivi enquanto morador do Xcomba, é uma homenagem ao lugar que me viu crescer, e como retrato tudo isso na música achei oportuno dar este nome, foi lá onde tudo começou”, detalha.

Afinal quem é Luy M?
Luy M ou Luy Porfírio, para os mais próximos, conta que começou a sua trajectória no Rap como qualquer pioneiro do Hip Hop… esteve no meios de grandes nomes do Hip Hop da nacional após regressar do Brasil, ainda como consumidor de “Rap carioca na Lapa Rio de Janeiro, colectânea Zoeira Hip Hop de 1999”.
Em 2001, de regresso à banda sagrada “Xcomba”, estudante do Colégio Patrícia Rossana, no auge dos seus 15 anos de idade, criou uma dupla com o Nigga Kuky aka Nedji Flow, participou em várias rodas de freestyle nas escola 147, IMIL Makarenco, deixando também “barras” nas rodas do Nzinga Mbamdi e Xkomba. “Momentos duros e de muita aprendizagem, conhece o Pacífico que na época lutava para trabalhar na música ai tudo começou. Tirei alguns projectos e várias músicas soltas que deram início a minha carreira”, uma caminha que dá provas que não se trata propriamente um nome desconhecido.
Por outro lado, num passado mais recente, Luy M concretizou outros trabalhos de destaque, dos quais constam duas Mixtapes nomeadamente: “O Clássico” e outra colaborativa com Rep Boy. Esteve associado a produtora de Dji Tafinha e posteriormente participou na anual e aclamada mixtape NDDNHH, No dia D na hora H, do produtor DH.