Poucos ou quase ninguém sabe que, se tivesse oportunidade, Bú Cherry já seria hoje uma das grandes vozes do Kizomba nacional e vai concretizando sua paixão na Milionário Records.
No Kuduro, Bú Cherry já mostrou que não tem nada a provar, basta recordamos seus principais sucessos, e procura fazer o mesmo com o Kizomba. Diferente das batidas fortes acompanhadas de coreografias “exóticas” por cima dos versos, o Kizomba apresenta cadência lenta e o seu público é um pouco mais exigente, e Bú diz estar ciente disso.
Tem um percurso de aproximadamente 8 anos. Começou na Guetto Produções, passou pela Power House, hoje assume-se como uma “milionária” e decidiu exprimentar um outro estilo de música. Será que Bú Cherry vai abandonar o Kuduro, um estilo que a tornou conhecida no mundo da música?
Esta e outras perguntas, a artista responde nesta entrevista, onde também fala em álbum.

Teve que fazer uma grande mudança na carreira: desde as letras, beats ao vestuário. Como fez para conseguir se adatar?
Sim, tive mesmo que fazer uma grande mudança devido ao novo estilo que agora apresento aos meus fãs, não foi fácil, mas eu sou muito receptível a mudanças, então consegui me enquadrar!
Estava ciente de que a troca de estilo, implicaria muita coisa. Por que razão aceitou o desafio?
Para já, não troquei de estilo, estou a apresentar algo diferente aos meus fãs, que muitos não sabiam que existia esse meu lado e os poucos que sabiam apoiavam muito. Aceitei o desafio porque, além de gostar de desafios na minha vida profissional, eu estava ciente de que os meus fãs gostariam dessa nova “Bu Cherry”
Além das letras caracterizadas pela agressividade, o Kuduro é acompanhado pela batida forte e dança exóticas, contrário do Kizomba. Que caractericas do Kuduro levará para o teu kizomba?
A Atitude! Certeza absoluta! (Risos), tanto que em algumas actuações (quando a adrenalina tá no auge), tenho que me comedir porque agora faço kizomba! E nem de propósito, costumam me chamar “Pérola Mini” pela grande atitude e perfomance que a nossa diva tem.
O quê que está a marcar esta mudança ?
Está a marcar uma nova fase na minha fase. Faz-me ver muitas coisas de outra forma, ter ideias muito criativas e faz-me ser um ser humano multifacetado, e eu gosto disso, ( risos).
Quer dizer que ainda voltará a cantar Kuduro?
Claro que vou cantar. Vem aí um feat com uma kudurista angolana conceituada!
O que realmenten a influenciou a cantar Kizomba?
Desde sempre fiz canto, desde os meus 10/11 anos de idade! Mas, fiquei conhecida pelo Kuduro e muita gente não sabia que existia essa musicalidade dentro de mim, então, decidi começar a explorar esse outro lado.
A música “Nakuzanga” revela-a como boa compositora. Como escreveu este tema?
(Risos), com sentimento de amor que tenho pela arte, sempre!
Quem a vê cantar “És Tu” pela primeira vez, jamais pensará que cantava Kuduro. Porquê que não optou em se dedicar ao Kizomba no início de carreira?
Como já tivera dito antes, fiquei muito conhecida só pelo Kuduro e, na altura, não havia ainda espaço para mostrar esse outro talento.
Diferente do Kuduro, o público do Kizomba é mais exigent e gosta de álbuns. Quando pensa lançar o seu primeiro álbum?
Por conta dessas exigências, penso em firmar melhor o meu nome no mundo da Kizomba e quando Deus quiser, lançarei.
Para quando o álbum e que projectos tem em carteira este ano?
Muitos. Quais não posso dizer, mas rezo para que as doenças no mundo não piorem porque é só coisa boa.
Que experiências viveu e não gostaria de voltar a viver nesta nova fase da sua carreira?
Olha, graças a Deus sempre fui tão bem acompanhada profissionalmente que, sinceramente, não me lembro de viver experiências dolorosas e não as querer voltar a viver.
Qual é o seu grande objectivo com na Milionário Records?
Quero chegar ao mais alto nível possível da minha carreira, para que eu possa levantar o nome da produtora e o meu!