As celebrações do centenário da diva do fado datam desde o ano passado, este ano, começaram no primeiro dia deste mês, com 100 guitarras a tocarem em uníssono para fazer juz, num espectáculo transmitido pela RTP. Mas não é tudo, dentre muitas homenagens, inéditos de fadista serão editados no dia em que se assinala o centésimo aniversário, noticiou o caderno cultural Ípslon.
“Um xaile, uma guitarra portuguesa, uma voz e muito sentimento” é como se caracteriza o reconhecido estilo musical do mundo que é português, nascido numa Lisboa oitocentista. Cada vez mais próximo dos angolanos, tem sido promovido em Luanda no Festival Caixa Fado, que na sua última edição, reoxigenou a obra de Amália Rodrigues.
Numa ode à artista que colocou Portugal nos holofotes do mundo, cujo centenário só se celebra no próximo dia 23 de Julho, mas já é desde o ano passado pretexto para iniciativas em sua homenagem por todo o mundo. Desde concertos na Altice Arena, no Pavilhão Rosa Mota e no Multiusos de Guimarães, uma gala nacional, requalificação da casa museu, edição de selos comemorativos, exposições itinerantes de fotografia, um relógio de edição limitada, um conjunto de óculos de sol e até um vinho comemorativo, o tributo revela-se aparatoso e vai muito além de simplesmente reoxigenar a marca de Amália Rodrigues.
O repertorio da fadista também não foi deixado de lado, um novo olhar sobre o seu património discográfico desde os logos com a reedição integral em versões remasterizadas do catálogo Valentim de Carvalho. É nesse plano que se insere a reedição do “Com que Voz”, um disco intemporal por muitos clasificado como perfeito. Além disso, uma caixa com cinco CD com gravações entre 1957 e 1965 é editada no próximo dia 23 de Julho, no âmbito da edição da discografia integral da fadista. Dos cinco discos, apenas um deles é já conhecido, o espectáculo de Amália no Olympia, em 1956, remasterizado a partir das bobinas originais.
De realçar que a cantora, actriz e fadista portuguesa, que muitos continuam a aclamar como a voz de Portugal e a considerar uma das mais brilhantes cantoras mundiais do século XX, está sepultada no Panteão Nacional, para onde foi transladada 21 meses depois, em Julho de 2001.