Mesmo quando entendida como entoação harmónica da voz humana, a música angolana é acompanhada pela sua tradição organológica. Por isso, é difícil dissociar as origens dos géneros tradicionais como a Kabetula, o Kilapanda, a Cabecinha, o Kalupeteca, o Merengue, a Rebita ou Semba dos instrumentos tradicionais angolanos.
Estudos feitos registam 26 subespécies de instrumentos tradicionais no país, integrados na tradição musical africana, que servem de elementos identitários dos grupos etnolinguísticos. Estas ferramentas são compreendidas em quatro perspectivas, conforme a natureza do elemento vibratório.
Desde a sua génese, os instrumentos tradicionais angolanos são feitos à mão e utilizados para celebrar rituais de nascimento, puberdade, alambamento, rituais litúrgicos, funerais, actos espirituais ou cânticos tribais. Hoje, estes elementos evoluíram e acompanham géneros como o Semba, o Kilapanga, Kabetula, a Cabecinha ou o Merengue.
Em Ethnographia e História Tradicional dos Povos da Lunda, Henrique Augusto Dias de Carvalho identifica quatro categorias de instrumentos tradicionais angolanos, entre eles membrafones, idiofones, cordofones e aerofones.
Nos membrafones temos:
batuque-originário dos mbundu. Produz um som alto. Na antiguidade serviu como forma de comunicação. Existem vários tipos variando no tamanho, aspecto e material. Mukuvo, mukupela, ndungu, ngoma, ngoma wa tyna, ngoma wa mukundu, ochigufu, ongoma, pwita – originário do reino do Kongo. tyinguvu e tumba.
Já nos idiofones encontramos:
dikanza – É construído em madeira ou bambu e é constituído por uma base onde se efectuam corte feitos a serrote. Frequentemente utilizado para o Semba.
kisanji -É um instrumento de som fluido. É muito utilizado durante caminhadas longas ou como fundo musical quando um mais velho conta histórias, à volta da fogueira-, bavugu, maraca, marimba e mondo.
Nos cordofones registam-se o hungu, a xihumba e a xicomba.
Os instrumentos aerofónicos compõem olombendo, mpungi e kakoxi.