Adiado até data a anunciar é a frase mais lida e ouvida nas notas de imprensa, páginas oficiais e chamadas telefónicas de reserva de credenciais para a imprensa. Em consequência disso, seguiram quedas avultadas dos lucros. O impacto também afectou os músicos. Muitos deles, lamentam por não restar sequer um show confirmado.
O número continua a crescer a cada 24 horas. Na terça-feira, por exemplo, depois do Moda Luanda e festival de Kizomba anunciarem adiamentos, a Banzelos Nation confirmava o interregno dos ensaios das Gingas do Maculusso. Ontem foi a vez de Yuri Simão a desconfirmar o ‘Vozes de Março’ e de Anselmo Raph a mudar a estratégia de vendas do novo álbum.
Parte dos ingressos disponibilizados pelas promotoras dos eventos já foram vendidos e outras tiveram 80% das vendas efectuadas. A título de exemplo, só na semana passada, 1513 lugares do concerto das Gingas do Maculusso estavam ocupados.
“Durante a semana, foram vendidos cerca de 500 ingressos. E penso que não se vendeu mais devido a situação actual”, disse Figueira Ginga, sobre o concerto O Reencontro.
Se, por um lado estão os prejuízos das produtoras, por outro, está o impacto nas agendas dos músicos.
Totó ST viu seus concertos internacionais serem cancelados e três nacionais adiados. O autor de ‘Não é Marido’ corre risco de não voltar a ter concertos este ano. “Eu tinha um outro no dia 27 no HCTA, Belas, Togo e na França. Agora não há mais agenda”, lamenta.
No Rap, verifica-se o mesmo cenário. O primeiro grande concerto acústico do Okwami já não sai na data prevista. Neste, a banda instrumental já recebeu o seu cachet, mas descarta-se a possibilidade de a organização exigir o reembolso.
Outro produtor na iminência de não encaixar os 2 milhões de Kwanzas orçados é Rui Last Man. O manager tinha um concerto para 200 pessoas a 27 de Março no HCTA. Parte dos ingressos foram vendidos a preço único de 10 mil kwanzas cada.