Além de cantor e letrista, é multi-instrumentista. Em 2018 co-fundou Etno N’gola, banda de World Music criada para ajudar a divulgar as línguas nacionais de Angola através da música, e gora soma e segue.
Dennis Samaya reinventou-se e tem em mesa um contrato com uma grande produtora internacional com a qual vai lançar, ainda este ano, um LP.
Com previsão para tiragens físicas limitadas, o disco traz participações das referências da música angolana e, também, será cantado em Cokwé, numa fusão entre Txianda sintético Jazz e World Music.
O artista luandense de 25 anos apresenta seus projectos, suas visões e tendências que podem transformá-lo numa das grandes revelações do World Music no país.
Estava nos Etno N’gola. Por que decidiu optar pela carreira a solo?
Sem o Jack ou o Etno N’gola sempre existiu um Dennis Samaya. Na verdade, cada elemento da banda sempre levou a carreira a solo. Só que esses dois elementos deram valor ao meu trabalho.
Mas diz que agora vai dar mais espaço à sua carreira. O que foi que aconteceu com a banda?
O grupo vive uma fase muito conturbada e difícil.
Quer explicar melhor isso?
Posso sim explicar: a banda está passar por momentos não bons, na minha opinião. Estamos parados. Até então a banda esteve em estúdio a preparar algum material bom e consumíveis, eu acho que, em alguns pontos, nós não estamos de acordo. E por isso estamos parados.
Quer dizer que já não há Etno N’gola?
Estamos sempre em choques. Eu acho que não é isso que eu quero na minha carreira. O Etno é um bebé no meio de tudo isso.
Como vai fazer para gerir a carreira a solo com o grupo?
É simples. Não seria o primeiro caso de um artista estar em um grupo e a carreira a solo, mesmo que, às vezes, as pessoas não conseguem difundir muito.
E em que fase está a sua carreira neste preciso momento?
Nessa fase da carreira, tenho estado em estúdio, uma vez que não somos permitidos fazer shows. E tenho também aproveitado para melhorar uns aspectos nos meus trabalhos a solo: cuidados na linguagem e pronúncia das palavras, porque, até então, tem sido uma das coisas que muita gente tem reclamado.
Que estilo caracterizará este novo Dennis Samaya?
Os estilos variam desde o Txianda sintético ao jazz contemporânea, as suas maiores variações como Neosoul e um pouco Fusion, que sempre foram a minha paixão. Há uma música intitulada Matamba-ka, que também fará parte desse projecto.
É uma reinvenção…
Chamaria de fase delta. Estou a me reinventar, a reinventar os meus conceitos musicais e harmónicos. Também estou a lutar para uma carreira internacional.
Que projectos tem em carteira e quando os vai lançar?
Estou em uma fase de pré agenciamento. Tenho trabalhado muito no que respeita a organização e gestão de carreira, uma coisa que aqui não se faz muito.
De que produtora se trata e em que se vai basear o contrato?
É uma internacional. Vai basear-se em cuidar da gestão jurídica da carreira, que para mim é muito importante e indispensável. Por agora não quero adiantar nada apenas posso dizer isso.
Que músicas vai lançar para marcar o seu novo aparecimento?
Numa primeira fase serão lançadas 5 músicas em várias plataformas digitais de musicais atualmente. E, talvez vá se pensar também em vender alguns CDs só, por questão de estética.
Se são os primeiros trabalhos com a sua actual produtora. Quando é que vai apresentá-los?
Sim, e será um LP. Está para final deste ano, em Dezembro, no caso.
Para termos uma ideia sobre o trabalho que está a preparar, quais são as vozes que participaram?
Tudo que eu posso adiantar é que estou em estúdio a longo prazo e pretendo ter artista como Nanuto nos próximos trabalhos. Carlitos Timóteo – baixista com uma estrada longa passada pelos Jovens do Prenda e Kiezos. Zé Mwaleputo, um dos gigantes da guitarra solo no país.