Dino Ferraz é um artista multifacetado, mas a voz e a composição são seus maiores instrumentos. Além de cantar e escrever, produz, toca e interpreta. Conquistou várias edições do Festival da Canção de Luanda, destancando-se na escrita, interpretação, composição e produção.
Depois de uma trajectória coroada de prémios e várias distinções e nomeações, assinou com a Milionário Records. O contrato já começou a dar os primeiros frutos. Dino conversou com a Carga e apresentou os projectos que tem com a sua nova produtora, a Milionário Records, a começar pelo single ‘Sintomas’, disponibilizado hoje.
Em Julho assinou com a Milionário Records. Em termos concretos, que vantagens já tirou desta parceria?
As vantagens são visíveis e palpáveis, tanto para quem acompanha a minha carreira de perto como para quem acompanha à distância, mesmo em tempo de pandemia, consegue perceber que houve uma grande evolução na minha carreia. As vantagens começam obviamente pela parte do investimento. Eu hoje tenho um investimento maior e melhor, que me permite fazer mais e melhores trabalhos. Outra grande vantagem cinge-se no aspecto organizacional, hoje tenho uma equipa que me permite trabalhar de forma mais profissional.
Após assinar, disse que começava uma nova era. O que queria dizer com isso?
Sim, começou, de facto, uma nova era da minha carreira desde que me uni à família Milionário. Coincidentemente também era uma nova era para a Milionário. Como devem imaginar, andou durante algum tempo a fazer reestruturações e eu entro nessa fase em que a Milionário se está a erguer.
Que projectos têm em carteira neste momento?
É prematuro ainda dizer se depois do single ‘Sintomas’ lançado hoje, teremos novos trabalhos este ano, mas por agora este é o projecto que temos: lançar o vídeo e o single da música “Sintomas”, que é o meu segundo oficial depois de “A Minha Amada”.
Tem uma trajectória que passa pela produção, composição e interpretação. O quê que o público desconhece de si?
É por esta trajectória que sou conhecido como um cantor, produtor e compositor que prima muito pelos aspectos estéticos. Não costumo fazer tudo nos meus trabalhos, firmo-me mais naquilo que eu acho que posso fazer com maior competência.
Em termos participativos. Que novidades traz nesses projectos ?
Não terei participação no “Sintomas”, pelo menos a nível de intérpretes. Mas em termos de instrumentos, trago muitos bons artistas. Mas claro, terei músicas com participações de outros cantores.
O que gostaria de conseguir com a Milionário que não obteve antes?
O que eu gostaria de conseguir com a Milionário é chegar onde eu, eventualmente, não chegaria enquanto artista independente. Com a Milionário, eu tenho certeza absoluta que vou chegar, todos os dias, reinventamo-nos. Não olhamos só para o mercado de Angola, olhamos para o mercado global.
Se tivesse que se lembrar como e onde começou, em que posição colocaria a sua carreira agora?
A retrospectiva que eu faço do antes e depois é muito positiva. Neste momento, apesar de serem só três meses, eu sinto que houve uma grande evolução.
Quais as maiores conquistas que já obteve desde que começou a cantar?
Das conquistas que já obtive desde que comecei a cantar, claramente a minha entrada para a Milionário. Estou muito feliz, este contrato é o resultado de todo um trabalho árduo, que não foi só meu, foi dos meus amigos ao longo desses anos todos. Agradeço a Milionário por ter investido num artista, que na visão de muitos, é improvável.
Suas composições destacaram-se em vários concursos. Quando olha para essas nomeações, não lhe passa à cabeça que devia ficar só pela escrita?
Já ganhei sim vários prémios com composições, mas não só ganhei também como intérprete. Venci o Festival da Canção 2015, como intérprete, cantando uma canção composta por Totó ST e voltei a ganhar o Festival em 2018 como compositor com o tema Se For a Eu, interpretada por Carla Moreno.
Toca, canta, produz e escreve. Nos projectos que tem em carteira, haverão músicas em que vai empreender todas essas competências?
Compor e cantar são as duas zonas que me sinto bastante confortável e vou continuar a investir em ambas as partes e apostar em outras áreas que as pessoas não conhecem, a produção, por exemplo.
Quanto a ter que fazer uma música em que faço tudo, eu raramente faço isso, apesar de ser compositor, intérprete, instrumentista e também produtor. Penso que duas “cabeças” pensam melhor.
Para que mercado direccionou a sua carreira?
Não costumo direccionar a minha carreira para um mercado específico, justamente para não rotular os meus trabalhos, as minhas músicas. Eu acho que é um grande prazer ver o “teu” trabalho ser consumido por um grande segmento e esse tem sido a minha luta, eu acho que a música não tem classe. Não me rotulo, seja a nível de estilos, ou de mercado. Sou um artista claramente aberto a fazer música da maneira que eu sentir.