É indubitavelmente um dos DJs mais conceitos de Angola, deu início à carreira com pseudónimo Cláudio Costelinha, mas foi como DJ Malvado que granjeou fama e conquistou o seu lugar ao sol.
A comemorar 28 anos de carreira, com um repertório irrepreensível, Cláudio Fernando da Costa Rodrigues, revela numa breve entrevista à Carga, como surge o apelido “DJ Malvado”, qual é o elixir para a longevidade da carreira, a falta que sente das festas e vaticina que “quando és original e tens identidade as coisas fluem muito melhor”.
Qual é o balanço que faz dos seus 28 anos de carreira?
Faço um balanço positivo dos meus 28 anos de carreira. E se pudesse faria uma festa enorme para celebrar bem, mas não dá, estamos numa situação de Pandemia mundial e temos que aceitar.
Qual tem sido o segredo para se manter no auge?
Acho que o maior segredo é a paixão louca que eu tenho com a música. Eu entrego-me muito, faço por amor, procuro sempre inovar. Nunca tenho pressa em querer aparecer, sei respeitar o próximo. E não interessa se é meu mais velho ou mais novo. E para mim o que me fez e ficar no auge sempre é a minha linha musical, pois independentemente de me sentir um cidadão do mundo, pelas viagens que faço levando a minha música, conheço outras músicas e estilos no mundo.
Eu não esqueço nunca as minhas origens, sou africano, sou Palop e sou angolano e aonde quer esteja, levo sempre os nossos ritmos. E acredito eu que quando és original e tens identidade as coisas fluem muito mais.
Qual é a maior lembranças que guarda dos seus tempos de “Cláudio Costelinha”?
Tenho boas lembranças dos Tempos de Cláudio Costelinha, desde as festas no meu bairro Valódia, as primeiras festas no Lubango, e as idas à África do Sul, onde foi, com toda a certeza, que dei o pulo para o mundo me conhecer.
A partir de que momento passa a ser o DJ Malvado?
Passo a ser Dj Malvado em 1999, foi precisamente na África do Sul num concerto com o malogrado MGM Zangado, que realizou um show lá e fui o DJ. A seguir começaram a dizer que o show do MGM Zangado foi muito bom, mas que o Costelinha asseguro estava muito Malvado a tocar. E assim surgiu a troca de nome.
A maior parte dos DJs sobrevive de eventos, neste ano atípico como avalia esta classe artística?
A classe artística está completamente sem trabalho, tem sido duro. Não tem sido fácil sobreviver. Os lives têm me ajudado, mas não é a mesma coisa. Festa com presença de pessoas é completamente diferente, pois o calor humano e a vibração fazem parte da inspiração de um artista num show.
O seu caso em particular, 2020 foi um ano frutífero?
O ano de 2020 para mim e para todos tem sido um ano duro. Estamos a perder muita gente próxima, dentre eles, ícones da nossa cultura. Mas é um ano que também tem ajudado a algumas coisas. Nos aproximou de pessoas que a gente ama e que muitas das vezes por questões de trabalho nos distanciamos.