Adimaldo é professor autodidacta e criou Tok’ Aki, uma escola de música que administra aulas de piano, guitarra, canto, flauta, bateria, violino, kissanje, saxofone, dikanza só para citar alguns.
Seu envolvimento com a música começou na infância. Mais tarde, aperfeçoou e hoje suas habilidades vão da guitarra, passando pelo piano até aos instrumentos de sopro.
Como a união faz a força, o maestro de 22 anos uniu-se a mais vinte profissionais e esão a tranformar a Tok’ Aki numa grande escola de música.
O projecto que começou há um ano com lições de casa em casa e online já formou cerca de 60 alunos.
O professor deixa algumas dicas para os amantes da boa música.

De economista para professor de música parece ser muito distante. Como é que tudo começa?
Interessante questão. Na verdade, sempre fui apaixonado por música, inclusive também sou pianista, tenho noções de guitarra e flauta. Aproveitei do estudo em Economia e Gestão para saber como empreender melhor e concomitantemente fazê-lo na área da música.
Como e onde foi que aprendeu música?
Autodidactismo. Na igreja tinha um piano, que não estava a ser usado, eu passava horas e horas praticando e, mais tarde, um casal missionário ofertou-me um teclado , continuei a praticar e aprimorar. Depois, recebi algumas reciclagens de quem sabia melhor do que eu, e até hoje venho aprendendo.
Para um empreendedor, investir em escola de música parece ser muito arriscado, uma vez que a maioria dos artistas torna-se cantor em função do talento, e não propriamente por passar numa escola. O que lhe motivou a apostar na música?
Vi uma grande oportunidade porque as pessoas são mais produtivas quando trabalham com aquilo que amam e gostam.
Em Angola, os instrumentistas são pouco valorizados. Realçar aqui que olhando nessa perspectiva, comecei eu mesmo ensinando música ao domicílio, depois o número foi crescendo e hoje temos um team de 20 professores, cantores e intérpretes, tanto do sexo masculino como do sexo feminino. Alguns deles vieram dos bairros e hoje auferem mais do que um salário mínimo e conseguem suster eles e as famílias com o dinheiro do seu talento ou arte, que é a música neste caso.
Começou no piano. Como foi possivel evoluir para outros instrumentos músicais?

O segredo é a prática. Quando se aprende um instrumento, abrem-se portas para facilmente aprender outros. A música é universal, um dó no piano, continua sendo dó em outros instrumentos.
Quantos e que instrumentos pode tocar?
Eu toco piano, leio música (partituras) e faço arranjos. Guitarra toco alguns acordes e flauta sei as notas naturais.
É realmente emocionante. Quando olha para o nível que atingu e pensa em como tudo começou, o que lhe vem à alma?
Sentimento de gratidão, porque o dever ainda não foi cumprido e nem tão pouco chegámos onde tenciono. Sinto muita alegria e isso me impulsiona a acreditar que é possível, independentemente de qualquer situação. Então, vamos continuar a trabalhar arduamente.
Quem mais procura pelos seus serviços? Os músicos o solicitam?

Tivemos o privilégio de administrar aulas de canto ao Silvanio Ramos “Nlaukiddy” proveniente do Zaire e que tem músicas com Paulelson, Lil Saint, Nanuto.
Em termos de aprendizagem em que áreas os alunos mais se destacam?
Isso é muito relativo, porque depende muito da prática. Posso dizer que na sua maioria têm mais facilidade com as aulas de guitarra, mas, no seu todo, são bem dedicados.
Tecnicamente como é dar aulas de música em Angola?
Fim ao cabo acaba sendo proveitoso dar aulas aqui em Angola e ver o avanço que temos tido até aqui.
É das pessoas mais indicadas para falar sobre a qualidade de música que consumimos.
Temos poucos artistas investindo em licenciaturas em música, presumo que a busca de mais conhecimento poderia fortalecer o ecossistema no mundo da música
Qual é o seu maior sonho?

Gerar riqueza para mim e distribuir para a comunidade que estou inserido, por meio de novos postos de empregos, mudança de vida e impactar pessoas.
Aproveito para dizer que estou aberto a parcerias, sejam eles músicos ou empreendedores nessa área.