Após a exitosa estreia em Luanda, o documentário `Reino do Kongo: Em busca do reino destruído´ segue viagem para o Reino Unido, França, Bélgica, Brasil, Argentina, Estados Unidos, Canadá e Caraíbas.
Também faz parte da agenda, uma exposição de fotográfica da autoria de Damião Lima, datada de 2004-2005, que deverá ser realizada em Mbanza Congo, passando ainda pelos restantes cinco municípios do Zaire.
A actividade que teve lugar na Mediateca de Luanda, superou as expectativas do autor, com uma multiplicidade de público a prestigiar a estreia. Particularizando as contribuições do público juvenil, o autor detalha que “elogiaram a iniciativa e sentiram-se orgulhosos pelo documentário”, não só pela representatividade, mas principalmente por ser uma versão muito diferente das habituais.
Apesar de ser prematuro adiantar datas, Ne Kunda Nlaba já trabalha para fazer uma apresentação mais abrangente do filme não ficcional, na capital luandense, a fim de receber também a avaliação dos críticos da matéria, que considera ser um incentivo imperioso e necessário para “trabalhar mais e melhor, continuar a promover a nossa história na nossa sociedade e no mundo.”
Sobre o documentário
`Reino do Kongo: Em busca do reino destruído´ é um filme não ficcional que reapresenta Reino do Kongo na óptica africana, desconstruindo tudo o que nos foi ensinado sobre o tema.
Em 104 minutos, o documentário não é massante e, mostra-se instigante à medida que vai avançando. Temas como a ascenção de King Mvemba NZinga, a figura que potenciou a indução do cristianismo aos nossos ancestrais, a queda do extinto Kongo Dia Ntotela, as alegadas inverdades sobre as trocas mercantis, bem como as facilidades do tráfico de escravos, são descortinados neste material investigativo, que nos convida a abandonar os livros e leva-nos à uma viagem reflexiva em torno “deste grande estado destruído”.
`Reino do Kongo: Em busca do reino destruído´, é sobretudo uma ferramenta que nos leva a questionar e não nos fiarmos em fontes europeias, é-nos apresentado, além das escavações arqueológicas, os escritos de historiadores, sociólogos e antropólogos do Kongo e a tradição oral também ajudam a reconstruir essa rica história usando livros, correspondências entre os reis do Kongo e portugueses, retratos, testemunhos de chefes tradicionais e guias do Museu dos reis do Kongo.