O 22 de Novembro é conhecido como o dia do músico, sobretudo nos países de tradição católica, para lembrar Santa Cecília, padroeira da classe que, reza a estória, na noite de núpcias, recusou perder a virgindade. Em troca, cantou para o esposo. Em torno da data, Dog Murras apresentou sua reflexão.
Tal como o desporto, a música não pode ter fronteiras, e deve sempre ser desassociada da cor partidária, porque o músico é o legítimo representante das aspirações do homem livre. Todavia, não é isso o que acontece no país, segundo Dog Murras. Na opinião do artista, os músicos em Angola «são transformados em indigentes e pedintes para mais facilmente serem manipulados e usados como “moeda de troca”. E tal só acontece, prossegue, primeiro, por jogada política, segundo, porque «a maioria dos músicos desconhece o seu papel e não tem noção do seu valor».
Para o autor de “ Bué Angolano”, o 22 de Novembro é um dia para lembrar e homenagear aqueles que com o seu talento, criatividade e sensibilidade criam melodias e trilhas sonoras para a vida, porque é mais do que provado, que a música é “a mais profunda das artes, desenvolve a mente humana, promove o equilíbrio e bem estar que facilitam a concentração e o desenvolvimento do raciocínio”.
Além de utilizar o seu capital simbólico para contribuir, tanto para a harmonização social como para romper barreiras e quebrar paradigmas, em tempo de hoje o artista deve procurar emancipar-se, ainda que tal signifique ser apagado do mapa, porque se tal não acontece, lamenta o músico resultará na “descaracterização da nossa pobreza cultural, do enfraquecimento da nossa história e o pior é a falta de referencias culturais nacionais para a nova geração”.
“Hoje, com a força da internet; redes sociais e os serviços de streaming, é possível inverter os factos, os artistas têm a soberana oportunidade de universalizar a sua música, obterem “kytadis” e ainda verem as suas obras receber reconhecimento. Jikulumesso! Quebrar as Algemas é Urgente!!!”, apelou.