Diferente de Bob Marley, Edson Narciso quer cultivar o amor, a paz e o respeito pela diferença, por meio do Rap, num estilo que apelida de Hard Trap. Já várias vezes tentou uma carreira profissional, e não teve sucesso. Depois de um longo intervalo, aparece com os primeiros projectos musicais.
São vários os projctos, mas o primeiro será lançado no dia 1 de Janeiro de 2021. Depois disso, o músico de 20 anos disponibilizará mais dois EP inéditos com participações de peso.
Edson ainda passa despercebido dos ouvidos de muitos, contudo, reúne vasta experiência no mundo da música. Do seu longo percurso artístico registam-se trabalhos com músicos como Lawílca.
Foi na infância que adquiriu a paixão pela música e aos 10 anos, participou no Canta Com Blue. Aos 15 surgiu com a sua primeira música. O single foi preferência em vários ambientes festivos. O Real Nigga, como é conhecido nos palcos por onde passa, apresenta-se ao mundo.
O quê que vai caracterizar a nova fase da sua carreira?
É mesmo recomeço de tudo, passo apenas a me considerar agora. Tenho cinco músicas gravadas, e quatro projectos novos.

Que lições tirou deste “insucesso” da carreira e daqui para frente como vai agir?
Aprendi que a humildade realmente é uma forte chave, ainda que exista dinheiro, sem ela não há passos; e que devemos também respeitar o trabalho alheio para que o nosso possa ser respeitado. Vou trabalhar muito na promoção da minha imagem. Não tive no passado um público muito amplo.
Não conseguiu ter nenhuma música em destaque?
Quando comecei investi pouco em divulgações. Mas tive alguns destaques em músicas como “Tamu Bué Fumado” (2015) e “Gangsta 4Life (2016)”, todas elas podem ser encontradas na página do Facebook Oov´s Records.
O que mais contribui para que decidisse retomar a carreira profissionalmente?
Na música encontro um grande refúgio, e nela deposito os meus problemas. E quero que um dia, a partir das minhas letras, consiga mudar a consciência de quem me ouve e possa também fazer da música o meu ganha pão (valores) para ajudar a minha mãe.
Que tipo de abordagens traz?
História sobre o que vivi, sobre o que vivo e também me baseio em fatos reais. Quero abranger a faixa etária juvenil e adulta. Quero fazer que, quando ouvido possa influenciar todas as idades.
Se antes já havia queixas das dificuldades de começar a carreira, hoje os entraves sãos os próprios talentos, que diariamente nascem mais de cem. Como é que se posiciona em relação a isso?
Sim. Tenho tido muita a atenção com o conteúdo, a dinâmica e o humanismo. Pois, não gosto de arrependimentos, então procuro estar sempre convicto sobre aquilo que expresso nos instrumentais.
Que valores poderá agregar à música angolana?
Eu apelo para o respeito às diferenças, principalmente as de carácter cultural. Sou rastafári e sofro preconceitos pela decisão que tomei.
Vai apresentar o seu primeiro projecto oficial. De que se trata?
Sim. Dia 1 de Janeiro, pretendo lançar a primeira música promocional do EP “Ajuste De Contas”. O tema intitula-se “Recomeço”. Depois disso, seguir-se-ão os EPs “Ajuste de Contas”, “Sagacidade No Amor” e uma mixtape “Narciso”.
Quais são as características deste projecto?
O tema “Recomeço” é um Hard Trap, que expressa a minha vida no Rap depois de 4 anos parado. Já “Ajuste de Contas” vem para dar respostas a determinadas questões que de alguns familiares, amigos e até os que não apoiam.