Com saída inicialmente prevista para o final de 2020, o disco de estreia do tenor Emanuel Mendes foi adiado para o primeiro trimestre de 2021 por conta da pandemia. Entre os temas, destaque para fusão entre o Massemba (Angola) e o Fado (Portugal).
A fadista portuguesa Elsa Gomes foi a escolhida para este encontro de culturas, num tema aguardado com muita expectativa.
O casamento entre estes dois ritmos, completamente diferentes, poderá ser o ponto alto do primeiro disco do tenor angolano, que pretende apresentar todas suas valências no CD, que será dominado pelas suas vivências musicais, cujo panorama é bastante amplo e extenso. A música lírica, a fusão de gêneros e a música tradicional/folclore e popular angolana “navegarão” pelo álbum.
“Além de cantor lírico sou trovador e director de Coros. Logo, estás vivências musicais transcorridas e transformadas em valências ao longo dos meus 20 anos de carreira musical serão apresentadas neste trabalho”, disse o cantor, realçando que será um disco para o mercado nacional e internacional.
Emanuel Mendes explicou que o disco estava na fase final, mas a pausa por conta do Covid obrigou a equipa a repensar alguns elementos que podem ser subtraídos ou adicionados. “O repensar das políticas sociais e não só nos levaram a mudar as estratégias. Vamos nos ajustar ao contexto actual e lançar nas plataformas digitais”.
Quanto as actuações internacionais, uma vez que participava regularmente em operas na Europa, disse que nesta fase pandêmica as saídas, no âmbito das performances internacionais, deixaram de acontecer por causa das restrições que a COVID impôs ao mercado artístico-cultural.
“Tenho em carteira algumas performances em óperas pela Europa, mas as casas de óperas (ou Teatros) estão fechadas. Tão pronto o quadro esteja melhorado, daremos continuação a todos os projectos de âmbito nacional e internacional que ficaram parados”, explicou.
O músico falou também, além do disco, dos vários projectos cancelados por causa da pandemia como:
TOVADOURO: Homenagem aos irmãos Kafala & Duo Kanhoto (previsto para o mês de Abril de 2020);
NJANGO DA ÓPERA: Musical (previsto pra Julho de 2020);
CONCERTO “ALTEZAS DA INDEPENDÊNCIA”: Onde eu cantaria apenas músicas angolanas com roupagem lírica e fusão de uma Orquestra Sinfônica e uma Orquestra com instrumentos Tradicionais angolanos (previsto pra 11 de Novembro de 2020);
CENAS LÍRICAS: Concertos melodramatizados, com periodicidade mensal, onde faria apresentação de vários cantores líricos, alguns meus discípulos, outros iniciando a carreira, bem como os mais conceituados cantores Líricos da nossa Praça, para um intercâmbio entre a classe de cantores desta franja musical (previsto pra começa em Maio)
“Tudo isso a Covid “engoliu” e desmembrou os apoios que tínhamos alcançados e outros que almejávamos”, rematou.