A influência do comportamento do artista é uma discussão antiga, havendo uns a defenderem, por exemplo, que o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e drogas no seio da juventude é fortemente motivado pelos músicos, sobretudo por intermédio dos videoclips.
Porém, Eva RapDiva pensa diferente e alerta que chegou o momento de se pôr fim ao mito de que apenas o artista e a figura pública devem ser exemplares, porque, sublinha, mais do que chamar o músico à razão, o problema do alcoolismo no país é estrutural.
“Eu como artista, tenho que demonstrar aquilo que sou. Eu também dou bons conselhos nas minhas músicas e não vejo a maior parte das jovens a seguirem o que eu dou”, refuta.
A cantora e empresária defende que não faz qualquer sentido o artista deixar de ser o que ele é para agradar a sociedade, pois “o que afasta o artista da arte é quando ele deixa de ser aquilo que é e começa a ser aquilo que lhe interessa ser para agradar as pessoas”.
Durante a longa conversa esta quinta-feira no “A Noite É Dela”, da TPA1, sobre se “Os artistas devem ser exemplares”, a rapper lembrou que, todo o artista é o reflexo da da sua realidade concreta, por isso não devia ser regra que o artista angolano seja obrigado a ser exemplar, uma vez que as políticas públicas sobre o desencentivo do consumo de bebidas alcoólicas são “fracas”.
” O álcool é um problema pandémico. O álcool em Angola é um problema mais grave que o Covid-19. Nós todos sabemos do problema, sabemos de onde vem. Isso é que me entristece”.