Em alusão ao 99ª aniversário natalício do patrono da Nação, o Memorial António Agostinho Neto em parceria com o Belas Shopping, realiza a exposição fotográfica intitulada `António Agostinho Neto na Primeira Pessoa´. Inaugurada no passado dia 1 de Setembro, pode ser visitada naquela unidade comercial até ao dia 30.
Além de ser uma forma de dinamizar as actividades do MAAN, a escolha do local, atende ao desejo de Neto, que sempre foi estar entre os cidadãos. Desta forma, a organização tirou o “memorial” fora das suas portas, para dar a conhecer a um público maior, a figura de Agostinho Neto, não só como primeiro presidente da Nação, mas também um homem de cultura e artes.
Embora incluída na abertura das festividades do Dia do Herói Nacional, fora do contexto político, a exposição mostra sobretudo o lado humanista do poeta maior, dando ao público que aflui ao espaço, a oportunidade de memorar a figura em causa, conferindo valorização redobrada.

Actividades Complementares
Dias 3, 10 e 24 de Setembro: Visitas guiadas
Dias 10 e 18: Palestras sobre a vida e obra de Agostinho Neto
Dia 19: Recital de poesia e trova
Dia 11: Recital com canto Coral
Dia 25: Recital Instrumental com a Academia Yellen
Sobre Agostinho Neto
Agostinho Neto nasceu no dia 17 de Setembro de 1922, em Caxicane, pequena aldeia banhada pelas águas do rio Kwanza, na região de Catete em Ícolo e Bengo, a 60km de Luanda.
Conclui o curso do liceu com elevada classificação. Matriculou-se na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra onde conheceu Lúcio Lara, que foi o seu companheiro até ao fim da vida. Envolve-se muito cedo nos movimentos estudantis revolucionários, e foi voz activa contra a política colonialista onde destacou-se a nível internacional. A sua dedicação à causa de libertação dos povos africanos da supremacia europeia acompanhou-o até ao final da sua vida e conduziu-o aos mais diversos palcos políticos internacionais para fazer da sua voz, a voz dos povos oprimidos.
Neto foi membro fundador do Centro de Estudos Africanos em conjunto com Amílcar Cabral, Mário Pinto de Andrade, Marcelino dos Santos e Francisco José Tenreiro. Devido à sua tenacidade e participação activa nos movimentos estudantis foi preso diversas vezes pela PIDE, dando origem a campanhas internacionais de solidariedade para a sua libertação. Esta manifestação vai ser fortemente reprimida causando a morte de 30 pessoas e mais de 200 feridos, passando a ser conhecido como “o massacre de Icolo e Bengo”. Em consequência desta agitação vai ser transferido para Lisboa e depois é deportado para Cabo Verde em Outubro do mesmo ano.
Agostinho Neto casa com Maria Eugénia Neto no dia 27 de Outubro de 1958, dia em que conclui a sua licenciatura em Medicina, reunindo dois motivos de festa.
A sua influência a nível internacional cresceu na década de 60, onde teve a oportunidade de participar em diferentes conferências em Tunes, Léopoldville, Adis Abeba (conferência constitutiva da OUA), Brazzaville, Paris, Genebra (Congresso Mundial da Paz e OIT) entre outras. Na década de 70 liderou as actividades políticas e de guerrilha do MPLA e o processo de descolonização (1974/75) a partir de Argel e Brazzaville até ao seu regresso a Angola para a proclamação da independência em Novembro 1975 e assumir as funções de 1º Presidente da República Popular de Angola.
A vida política de Agostinho Neto intensificou-se forçando-o a dividir o seu tempo entre a família e a política até ao dia da sua morte, após ter sido submetido a uma cirurgia em Moscovo no decorrer de complicações ocorridas durante uma operação a um cancro do fígado de que sofria, a 10 de Setembro de 1979 morreu o primeiro presidente de Angola.