O presidente da República Democrática do Congo, Félix Tshisekedi, recebeu em audiência Antoine Christophe Agbepa Mumba, conhecido nas lides musicais como Koffi Olomide, e atribuiu-lhe o título de embaixador da cultura congolesa. O músico dispõe agora de um passaporte diplomático para o exercício da sua missão.

Considerado lendário na música congolesa, o líder fundador do extinto grupo Quartier Latin International, viu os seus feitos reconhecidos pelo número um do seu país de origem, após mais de três décadas de actividade. Koffi além de exímio letrista, acumula outros feitos, sendo também o primeiro artista negro-africano a encher o mítico salão de Bercy e um dos doze artistas músicos africanos, o único congolês, a ser mencionado em “1001 álbuns que deve ouvir antes de morrer”, um livro de referência musical lançado em 2006, que reúne 90 jornalistas e críticos musicais de todo o mundo. A sua concepção original é de Robert Dimery, co-fundador da Rolling Stone.
A atribuição da pasta no passado dia 9 de Fevereiro fez parte de uma accão levada a cabo por Felix Tshisekedi, que atribuiu igualmente a pasta da cultura a Gims e Dadju como embaixadores da rumba congolesa, recém-inscrita pela UNESCO na lista do patrimônio cultural imaterial da humanidade.
Tal como cita a sua biografia, em quarenta anos de carreira, Koffi Olomide gravou 28 álbuns de estúdio incluindo sete assinados com o Quartier Latin e um em colaboração com Papa Wemba e 18 álbuns ao vivo num total de mais de 300 canções. Seu trabalho lhe rendeu sete discos de ouro, incluindo um com seu grupo, cinco prémios Kora, incluindo quatro durante a edição de 2002, graças ao seu álbum Effrakata . Em 13 de Outubro de 2015, ele lançou 13th Apostle , um álbum quádruplo de quarenta músicas que declarou ser o último álbum de sua carreira. Porém, o músico está a preparar o novo álbum “Légende”, cujo lançamento está previsto para Março de 2022.
Comprometido com o seu novo proposito, Olomidé expressou em entrevista a RTNC, o desejo de consultar pessoas mais especializadas, para ajudá-los no exercício desta função de embaixador, a fim de se beneficiar de sua experiência que lhe permitirá desempenhar bem seu papel. “Tive a chance e a honra de ser recebido pelo primeiro dos congoleses, que gentilmente me concederam o passaporte diplomático como embaixador da cultura do Congo. E é por isso que eu vim para dizer obrigado a ele no coração. Sinto uma responsabilidade indevida de ser correto e me comportar muito mais digno do que eu fiz como embaixador da cultura”, disse aos repórteres.
O músico partilhou a boa nova nas redes sociais e o tema não demorou a repercutir. O seu compatriota Werra Son repudiou veementemente o reconhecimento, alegando que “Koffi não representa o povo congolês, mas sim a elite governamental”, acrescentando ainda que o músico usa o povo para o seu enriquecimento pessoal.
Já em Angola, ainda por meio das redes sociais, Patrícia Faria manifestou o desejo de ver os artistas anganos, igualmente recompensados. “Bem-haja RDC, exemplo a ser replicado, para o respeito que se impõe a nós artistas, que em nada ficamos a dever aos outros profissionais no contributo válido e rico à cultura de um país, cultura do mundo! Bonne fête ‘Mokolo Bilanga’, ‘Le Rambo’ Koffi Olomide“.