“Só mesmo num país sem qualquer noção de cultura é que Justino Handanga, Socorro, Tujila Twajokota ou Felipe Mukenga perdem para o pintin”. É desta forma que o rapper começou a sua abordagem sobre a valorização que se tem dado aos artistas em tempo de Covid-19 e exige a mesma a atenção a estes músicos depois da pandemia.
Para Flagelo Urbano, o modelo de sociedade e cultura construídos no país, artistas como Justino Handanga, Socorro, Bessa Teixeira, Tujila Twajokota, Felipe Mukenga serão sempre condenados a ser lembrados apenas em situações extraordinária, como a da pandemia.
“É só mesmo num país aos retalhos, num país sem qualquer noção de cultura e tradição é que Justino Handanga, Socorro, Tujila Twajokota, Felipe Mukenga, Bessa Teixeira, perdem para o pintin”, criticou, sublinhando, no entanto, que não está a desmerecer atitude da organização dos lives no Kubiko.
Durante a longa abordagem nas suas redes sociais, o Rei de Medina, apontou ser premente e urgente apoiar estes artistas e espera que eles não sejam apenas usados para entreter as pessoas em tempo de Covid-19, porque a eles muito se deve.
“Eu duvido, pagaria para ver, um Bessa Teixeira ou Justino Handanga serem artistas frequentes nas rádios e tvs, tal como são os ganhadores dos prémios atribuídos pelos seus amigos”, lamenta, acrescentando que “com eles choramos, rimos e dançamos perdidamente, esquecidos por instantes das malambas trazidas pela economia e pela Covid-19”.
Criticou, por outro lado, a cultura-modelo imposta pelos meios de comunicação social angolanos. “Quanto mais imbecilidade o artista escreve, quanto mais futilidades, quanto mais ridícula for a música, a chance de ganhar um prémio num desses concursos feitos à medida da mentalidade quadrada e obtusa de grande parte da população é maior”, rematou.