`MAKA Lisboa´ é uma conversa construtiva sobre o assassinato racialmente motivado do actor Bruno Candé, na qual, o artista plástico Francisco Vidal, ajuda a percepcionarmos o trabalho e a sua presença de Bruno.
MAKA Lisboa é afro-futurista e trabalha no território da construção positiva. Pensa como se pode construir depois desta tragédia e elevar e dar visibilidade ao legado deste actor.
Durante a sua performance artística de nome ´MAKA – Momento de Arte e Kultura Africana de Lisboa´, ao abrigo da ´Oficina Iminente´ em Monsanto, o Artista Plástico Francisco Vidal não só prestou homenagem a Bruno Candé Marques, actor, 39 anos brutalmente assassinado dia 25 de Julho em Moscavide, como também lançou uma acção artística inédita e humanista ao criar noventa e nove t-shirt’s com serigrafias únicas que estarão à venda por cem euros cada – com o valor integralmente destinado à Família de Candé.
Sobre Francisco Vidal
Nascido em Portugal, filho de mãe cabo-verdiana e pai angolano, Francisco Vidal (1978) tem vindo a explorar no seu trabalho vários suportes, incluindo a pintura, o desenho e a instalação, resultado de uma meticulosa e continuada reflexão sobre as possibilidades discursivas da expressão plástica e estética na relação com as sociedades e actualidades Portuguesa e Angolana. O seu trabalho está imbuído de uma conotação histórica e política, abordando temáticas como a diáspora africana, miscigenação cultural e identitária, e correntes transculturais.
Francisco Vidal formou-se em escultura pela ESAD, Caldas da Rainha (Portugal) e adquiriu o mestrado na Columbia University School of the Arts, em Nova Iorque (EUA). Foi um dos representantes de Angola na ´56ª Bienal de Veneza´ (2015), país onde tem repartido residência com Portugal. Expõe regularmente desde 2005, em mostras individuais e colectivas, e encontra-se representado em várias colecções públicas e privadas de renome, incluindo a Colecção: do MAAT, da Fundação EDP, da Fundação PLMJ, da Fundação Sindika Dokolo, e da Fundação Calouste Gulbenkian.Maca ou maka em Kimbundo quer dizer conversa, dito ou fala.
Na tradição oral angolana as maka são “histórias narrativas de acontecimentos reais e verdadeiros ou tidos como tais… Evoca factos e acontecimentos do passado, uns verdadeiros, outros de origem lendária e fruto da imaginação, mas que se foram impondo como se de factos reais se tratasse.” Conversa decisória, conversação, assembleia pública ou familiar. Altercação, confusão, discussão, problema, sarilho.
*Cortezia Buala