Pela primeira vez, o humorista assume papel de protagonista numa longa- metragem. A tragicomédia traz à baila o drama da dívida e teve uma produção de 12 milhões de Kwanzas. Vai estrear o próximo mês em Angola e no estrangeiro. Gilmário revelou que está a preparar outros filmes e fala sobre o seu futuro com o cinema.
O que motivou Gilmário Vemba e Anacleto Abreu a produzirem o filme?
Era um mercado bom para entrar. Achei que podia usar também um bocadinho da imagem e da influência que tenho para poder, de alguma forma, impulsionar o mercado cinematográfico nacional. O cinema nacional ainda não é aquela coisa que entusiasma todo o mundo. Nós pensamos em fazer uma coisa em todo o país.
Isto quer dizer que estaremos a ver um Gilmário Vemba a trocar os palcos do humor pelo cinema?
Isso nunca! Mas, com certeza que vão ver mais filmes do Gilmário. Já estamos a pensar na produção de ‘A Dívida 2’.
Quando é que pretendem estrear a ‘A Dívida’?
Já está todo ele preparado. Estamos apenas a aguardar a data de estreia. Temos a agenda do lançamento para o dia 17 de Abril, mas estamos um tanto quanto receosos pela situação de quarentena que o mundo vai observando.
Sei que estará também em Moçambique e mais tarde em algumas cidades europeias. Qual será o método de distribuição?
Vai tudo para o ar em simultâneo em Moçambique (Beira, Maputo…) e em Angola. Cá vamos estar em todas as salas do Cine Max: Luanda, Benguela, Lubango, Huambo. Estamos também a encetar contactos para Portugal e São Tomé e Príncipe.

Quanto ao elenco, como é que está constituído e distribuídos os papéis?
Está constituído por novos talentos e outras caras do teatro e do cinema nacional, como a Neide Van-Dúnem, David Enoque, Valdano Lukizaia e Cláudia Bezerra. Eu sou o protagonista e a Cláudia a Vilã principal.
Como encarou o desafio de, pela primeira vez, assumir o papel de protagonista de um filme?
Gostei da estória e adaptamo-la à nossa realidade. Estamos numa sociedade onde as pessoas estão mais agarradas em parecer ter, o que as deixa amarradas a vida toda. Criam dividas para sustentar determinados luxos e depois acabam sendo escravas dessas mesmas dividas.
Disse que tiveram uma produção independente. Consegue nos dizer quanto ficou orçada a produção?
Tivemos de apertar ao máximo. Portanto, conseguimos reduzir o orçamento até 12 milhões de Kwanzas.
O mercado cinematográfico do país ainda é um incipiente. Que estratégias estão a adoptar?
Queremos que o filme possa ir também em plataformas com a Netflix, Zap Filmes. Vamos continuar a trabalhar para que chegue a todo mundo e ter dinheiro suficiente para podermos produzir mais coisas e com maior qualidade, ainda que não nos dê o retorno, vamos continuar a produzir.
Em termos de captação, a que partes de Angola tiveram de gravar a longa-metragem?
Dado os recursos escassos, gravamos no Kilamba, Rua Rainha Ginga, Cacuaco, Zango, Benfica… acabou girando por Luanda toda. O filme faz 120 minutos, com linguagem aceitável e nivel de conhecimento para menores de 12 anos.
O que se pode destacar neste filme?
Tentamos trabalhar o filme a nível de Hollywood, mesmo dentro dos nossos pequenos recursos, conseguimos trazer um filme que se pode ver em estórias videográficas que podem ser compreendidas desde o princípio, meio e fim.