Lançado há pouco menos de um mês, `Spitter´ de Dji Tafinha, juntou CFK, Look Cem, Phedilson e Mamy no refrão. Esta última participação deixou os ouvintes intrigados e deu o que falar, pelo facto da artista estar no auge e não ter “dropado”. Como se de uma estratégia se tratasse, MAMY disponibilizou ontem, sem aviso prévio, o remix oficial do single, mostrou a verdadeira face e disparou barras pesadas sem piedade.
O vídeo do remix oficial, já acumula visualizações significativas, tendo sido lançado há 24 horas no Youtube. Dirigido pela própria artista em parceria com Holly-Ly, foi filmado e editado pela Range Filmes x Holly-Ly. O mesmo reúne imagens cujo cenário escolhido foi a Mbawa Concept.
Aquando do lançamento da música original que é, por sinal, o primeiro single do álbum “Duetos Vol. 2” de Dji Tafinha, muito se questionou e mais ainda se especulou, sobre a ausência das barras de Mamy, razão mais que suficiente para apresentarmos a “questão que não se quer calar” à rapper, que em exclusivo à Carga Magazine, disse que não foi nada premeditado. “O Tafinha convidou-me para apenas fazer o refrão, pois queria algo mais soft, semelhante ao que já fiz para o meu single `Tá Kuyar´, justamente para amenizar o estrago que os outros rappers já estavam a fazer nos seus versos”, argumentou.

Idealista, MAMY analisa o egocentrismo das próprias letras, pelo impacto positivo que causa em quem a ouve e é disto que é feito o presente single, que se pretende que seja o primeiro de uma “saga” de remixes.
“Quando Dji ia disponibilizar o beat para remixes, sugeri que o meu fosse o oficial e a ideia foi bem recebida. Escrevi e gravei a música, um dia depois, gostei do resultado e queria dar-lhe imagem. Foi assim que surgiu a ideia do vídeo”, relembrou.
Atendendo aos pedidos, na música a rapper começa a dropar dizendo: “Adoro saber que sentiram falta do picante caliente dessa negra/ Reclamaram que queriam barras, trouxe blocos para não fugir a regra”, não deixando os créditos em mãos alheias, afinal se trata de uma verdadeira “Spitter”, cuspidora, em bom português.
As barras seguem na cadência do beat, português e inglês mesclam-se, num flow difícil de acompanhar, com algum calão à mistura, dando lugar ao ritmo contagiante que antecede o já conhecido refrão inebriante:
” Quando o assunto é no mic
Todos sabem sou spitter
Quando é beef quando é fight
Todos sabem sou spitter
Atacante
Sou spitter
Atitude
Sou spitter
Atacante
Sou spitter
Atitude
Sou spitter.”
O facto é que MAMY vem se reafirmando como uma das mais reputadas rappers angolanas e a que mais trabalhos tem lançando no ano pandêmico. E se a artista reitera vezes sem conta, que não luta pela “supremacia” do Rap feminino no panorama nacional, as idiossincrasias dos projectos lançados em nome próprio, ou as inúmeras colaborações, elevam involuntariamente a MC a um estatuto bem próximo do pódio.