A falta de consenso nos diálogos entre o Ministério da Cultura de Cabo Verde e a família da cantora está a causar atraso na construção da Casa Museu Cesária Évora, em Mindelo.
Anunciada há 10 anos, logo após o falecimento da “diva da música caboverdiana”, o projecto continua, até hoje, apenas no papel, por falta de consenso nas negociações entre os herdeiros e a instituição responsável para o efeito.
Entretanto, o interesse para instalar o museu na casa de Cesária Évora, mantém-se assegurou à Lusa a directora da Rede Nacional dos Museus de Cabo Verde, Samira Baessa, recordando que, neste momento, o conteúdo relacionado com a cantora está espalhado por três espaços em particular: o Núcleo Museológico, a exposição no Palácio do Povo, de Francisco Rocha, que tem mais de 20 anos de recolha de fotografias, certificados internacionais e outros objectos pessoais como os vestidos da cantora, bem como na casa onde viveu a artista.
“É preciso que haja esta vontade também dos herdeiros”, continuou, sublinhando, por outro lado, que o núcleo foi criado com a ideia de vir a transformar-se, a curto ou médio prazo, num projecto mais amplo, mas “só que tratando-se de um projecto em que há herdeiros, a família, há diálogo, tem que se esperar e conseguir o retorno e isso leva tempo e por isso se calhar alguma demora na decisão”, apontou, acreditando que o consenso está para breve.
Cesária Évora nasceu no Mindelo, em 27 de Agosto de 1941, cidade onde também morreu, em 17 de Dezembro de 2011; é considerada, pela divulgação da morna, a cantora de Cabo Verde com maior reconhecimento internacional.