Descendente de uma família artísticamente rica, Emanuel de Carvalho Fernandes da Silva ou simplesmente Jackes Di, apresentando-se como um artista multifacetado, sendo exímio tocador de guitarra e também canta. No seu percurso e repertório, o artista é já referenciado pelas performances, onde faz jus a premissa de que “ao vivo sabe sempre melhor”, tirando sempre maior proveito dos recursos acústicos. Eclético, o filho de Nelo Paim, apresenta este mês o seu primeiro EP, intitulado ‘Tranversal’, cujas propostas musicais fazem juz ao título, contemplando a: tarraxinha, Afro Beat, Samba e World music.
Não obstante ao facto de ser de uma família de artistas, a partir de que momento é que percebeu a sua veia musical?
Comecei a perceber a força que os sons tinham na fase em que comecei a conhecer-me como gente, e sem perceber ja era um pré-adolescente a fazer e sentir de forma intensa a música.
Aos 14 anos começou a tocar violão e aos 15 a trabalhar com produção. Quais as melhores lições que tirou desta época?
A primeira e mais importante foi que o talento não é nada se não existir disciplina. Tive o privilégio de trabalhar com pessoas que admiro e muitas delas passaram-me esta visão.
Segunda: A auto-evolução depende da vontade de te condicionares ao desconforto e de te aliares aos mais experientes que tu.
A terceira: só reforçou na prática a educação de casa e consequentemente deu-me grandes amizades, respeita o próximo sempre.
Foi neste momento que decidiu se profissionalizar?
Na verdade não foi uma decisão minha, dei por mim a fazer o que gosto e a ser remunerado por isso.
Que peso teve o legado familiar nas suas decisões profissionais?
Encarei com leveza porque a pressão foi mais externa do que interna, a minha família sempre apoio as minhas decisões dentro e fora da música, mas teve o seu pendor.
Já se imaginou a fazer outra coisa que não fosse música?
Por ser multifacetado dentro das artes, já me imaginei em vários ofícios, mas os que mais me identifico são Arquitetura, Cartoons e Animação.
Onde se vê daqui a 5 anos?
Acredito e trabalho todos os dias com a ajuda do meu team para que esta seja a fase de internacionalizar o meu trabalho, e já com uma carreira solidificada no nosso país, Embora já nos seja mais fácil fazer as duas coisas, mas sonhar com cálculos é mais saudável.
Quais as maiores dificuldades que tem encontrado para solidificar a carreira?
O maior problema que enfrentamos e acredito que seja transversal a todos é a condição económica do país que o país enfrenta. Mas com a ajuda da minha Label e produtora MINAMB RECORDZ encontra-se sempre as formas mais viáveis para ultrapassar os obstáculos.
Do que é feito o seu repertório?
Considero o meu repertório versátil, por ser um viciado em música, a cultura é muito rica e gosto de viajar sem perder a “angolanidade” passando pela tarraxinha ao afro Beat, do samba ao World music…
Quais são os artistas em que se inspira e quais as características que o “atraem”?
Primeiro, Micheal Jackson pelas razões que todo mundo conhece, e segundo, Toty Sa`Med por ser um dos maiores músicos angolanos da geração 80, e por ser uma pessoa de uma aura forte e muito inspiradora. Acredito que sou um músico melhor hoje por existir um Toty em Angola.

Nas suas actuações ao vivo, trabalhou com um leque de artistas de renome. Considera indispensável este intercâmbio de ideias com outros artistas?
Extremamente indispensável, muito do que sou como músico hoje é também graças a músicos como, Yesha, Duc e Niko, Obie, Sari Sari, TRX, Totó, Dodó Miranda, Selda, Toty Sa`med e o por últimos e mais Influente Eduardo Paim, não só me abriram dimensões super diferentes de trabalho, como também luzes de fé e auto-confiança.
Quais os projectos que tem em carteira?
Este ano será um marco para a minha carreira porque vou disponibilizar o meu primeiro EP com o título ‘Transversal”.
Que detalhes já pode avançar sobre o mesmo?
Quero anunciar exclusivamente que neste mês dia 20 vou disponibilizar a música promocional intitulada ‘Preta’ e algumas surpresas e a seguir entrar quentinho no verão e no dia 18 de Setembro sai o EP.
Já agora, por quê Jackes Di?
Antes de ser Nelo Paim, o meu pai era o Jackes para os mais chegados, todo angolano tem o famoso nome de casa, e não foi diferente comigo, depois de um bom tempo a ser chamado Jaquito, o meu primo e mentor Pablo Di achou que eu devia ter um nome artísticos, então tirei o nome do meu pai do baú e limpei o pó, acrescentando o Di do meu primo, que é basicamente um nome de família “só para cuyar mais”, risos.