Figura incontornável da música angolana, particularmente do género Semba, Joãzinho Morgado é uma voz autorizada para falar da música nacional, seus ritmos e tendências. Fruto dos anos de “estrada”, levanta a voz para dizer que Kizomba não é música, mas sim dança.
Em entrevista para Revista Carga, o também conhecido como “Rei dos Tambores”, critica duramente os artistas angolanos, particularmente a nova geração, pelo facto de designarem Kizomba ao Zouk, quando Kizomba é apenas dança.
“Os músicos angolanos erradamente dizem que a Kizomba é um género musical, alguns por desconhecimento e outros por teimosia. Tenho tido sempre o cuidado de corrigir, dizendo que Kizomba é dança e a música é Zouk”, referiu o percurssionista.
“Quando músicos como Ivan Alexsei, Mago e Kyaku Kyadaff vêm ter comigo dizendo que pretendem gravar uma Kizomba, eu digo logo não toco Kizomba, mas sim Zouk”, acrescentou.
Com 73 anos de idade, dos quais mais de 50 ligados a música, Joãzinho Morgado explicou que a expressão “kizombar” é oriunda de dançar e pode ser aplicada em qualquer género.
“Posso dizer vamos kizombar numa música Rap ou Semba, porque significa vamos dançar”, esclareceu, reiterando que não existe música Kizomba.