Reagindo sobre o mais recente escândalo no Prémio Literário Jardim do Livro Infantil, edição 2020, Luís Mendonça disse que a acção é frequente e aponta como exemplo um livro que, depois de ser desclassificado num concurso, o autor publicou-o com um outro título, por isso, deixa várias recomendações.
O “Prémio Literário Jardim do Livro Infantil”, edição 2020, atribuído à obra “A Kandengue Do Golungo e o Livro Que Não Tinha Fim” foi anulado, por alegado plágio ao livro” O Livro Que Não Tinha Fim”, de Sandra Aymone, editado no Brasil em 2015, pela Educar DPaschoal.
José Luís Mendonça disse ter passado por experiência similar enquanto júri dos prémios Sagra Esperança e António Jacinto, entretanto, o concorrente não chegou a ser proclamado vencedor, por uma simples chamada, pelo que aconselha mais atenção e cautela por quem vier a ser escolhido para júri em prémios literários.
“O mais curioso é que se notava uma tentativa folclórica e carnavalesca de angolanizar a obra, inserindo nela três nomes de regiões de Angola, cuja localização no espaço discursivo distorcia o espaço metafórico” disse.
Entretanto, o escritor e jornalista reconhece não ser fácil detectar os plágios e se a obra for estrangeira torna-se mais difici ainda, porém com apenas uma ligação telefónica conseguiu evitar que o pior acontecesse.
“Fui membro do júri do concurso Sagrada Esperança e António Jacinto. Uma vez recebemos uma obra só que, tanto na linguagem quanto o contexto apontava para uma pessoa muito culta. Um telefonema com apenas três palavras revelou que o concorrente, em toda sua vida só tinha lido um livro de poesia de um autor angolano. Mais tarde, a pessoa em causa publicou a mesma obra com um outro título”, denunciou através da sua rede social.