Killuanji: “Os fazedores do Rap gospel em Angola andam distraídos e tornam o estilo frágil e fraco ao ponto de ninguém os ouvir”

Lançou recentemente o EP Apocrypha e embora esteja na música há mais de uma década, Killuanji considera que agora sim, a sua carreira começou. O rapper que faz da crença o seu sacerdócio assume-se como o “novo rosto do Rap Gospel em Angola”, e garante que chegou para dar uma lufada de ar fresco ao estilo.

Como começou na sua vida este envolvimento com a música?
Comecei muito cedo a ouvir e fazer música. Uma das pessoas que me influenciou foi o meu pai que tinha uma banda na Alemanha, em que tocava bateria. A segunda pessoa foi Tupac Shakur e a terceira foi o Rapper alemão Samy Deluxe, e com os meus 8 anos também comecei a escrever as minhas próprias letras na altura em alemão porque não sabia falar português ainda.

Por que escolher cantar algo tão diferente? 
Na verdade, não fui eu quem escolheu cantar algo diferente, Deus me escolheu para tal. Penso que neste mundo passageiro todos temos um propósito e o meu é exactamente isso, dar o meu testemunho da graça de Deus na minha vida para os outros, da mesma forma como os apóstolos fizeram. Só que eu faço através do Rap.

Do que é feito o seu repertório?
São feitas por inspirações divinas, convívio próprio. Tudo que eu falo nas minhas músicas, cada palavra e cada vírgula foram inspiradas por Deus.

Como avalia o estado actual da sua carreira?
Não sei se já posso dizer que tenho uma carreira independentemente de fazer música a mais de 15 anos. O Apocrypha é a obra que mais se investiu espiritualmente, psicologicamente e fisicamente. Penso que estou no início da minha carreira, estou no tempo de Deus.

A par da música, trabalha como modelo e designer. É fácil conciliar?
Deus disse que há tempo para tudo. Não é fácil conciliar as quatro coisas até porque além disso também trabalho numa empresa como analista de sistema IT. 24 horas é muito pouco para alguém com muitas ocupações porque temos família que também me precisam, esposa e filhos etc, mas como já disse antes… há tempo para tudo.

Quais são as suas influências musicais?
Por mais estranho que possa soar, sempre gostei de ouvir Rock como Blink 182 que agora são os +44, sempre gostei de Rap e músicas clássicas como Pedro e o Lobo escrito por Serguei Prokofiev em 1936 e Dubstep como Skrillex. Estes são os estilos que mais oiço.

O Rap Gospel sempre foi a sua “praia”?
Na verdade não, como comecei a fazer rap gospel 2013, foi o ano em que me converti e pela graça e misericórdia de Deus me deu o poder de ser chamado filho de Deus.

Muitos artistas contam sobre as suas experiências nas músicas. Como é o seu processo de criação? 
A minha também não é muito diferente disso, passei por muito e sei que há pessoas que passaram por muito mais do que eu, só que a diferença é que eu me deixei usar por Deus e ele me usa como uma vara na mão dum Pastor para guiar as ovelhas, graças a Deus. Tudo que falo nas minhas músicas não há nada inventado ou vivido por uma outra pessoa, são testemunhos vividos por mim e são reais.

Actualmente, que analise faz da música gospel e o mercado gospel em geral?
A música gospel em Angola está “down” o mercado é muito pequeno. Não temos nenhuma produtora gospel capaz de investir em um artista gospel. Há muita dificuldade em criar eventos gospel muita das vezes por falta de financiamentos, vontade e credibilidade.

Mas deixa-me dizer que o consumo do gospel em geral está maior do que muitos pensam, está a crescer e as produtoras e empresários devem prestar mais atenção no gospel porque tal como kuduro e funk foram menosprezados e hoje são os estilos mais consumidos, o gospel também será assim aqui.

Tal como kuduro e funk foram menosprezados e hoje são os estilos mais consumidos, o gospel também será assim aqui.

Killuanji: “Os fazedores do Rap gospel em Angola andam distraídos e tornam o estilo  frágil e fraco ao ponto de ninguém os ouvir”

E quanto à música secular, há qualidade nos conteúdos?
Vivemos em um país laico aonde é mais aceito a música secular do que propriamente gospel e isso é bem visível. Claro que há qualidade na música secular porque há muito mais investimento, muito mais patrocínios e daí muito mais visibilidade e dos mais lucros ao empresário e produtoras. Devem apostar no Killuanji e verão.

Canções como “Jeruzalema” e outras fazem sucesso não apenas no cenário religioso, mas também fora do ambiente agregado às religiões. Como avalia essa abertura fora desse segmento?
Jerusalema é um Hit. Gostei muito desde a produção musical até ao vídeo muita qualidade. Estão de parabéns Master KG e principalmente a Nomcebo Zikode, rompeu barreiras e graças a Deus foram capazes de mostrar ao mundo que o gospel não são apenas aquelas músicas de adoração e penso que inspiraram muitos mais cristãos e mostraram que mesmo sendo “cristão” (que não sou, sou apenas seguidores de Yeshua) podemos fazer vários estilos de músicas. Até porque a palavra diz no livro de salmos 150.3-6 que devemos adorar o Senhor com trombetas e flauta…

Como avalia o Rap Gospel em Angola?
A maioria dos fazedores do rap gospel em Angola andam distraídos e assim tornam o rap gospel frágil e fraco ao ponto de ninguém conseguir ouvir as obras deles, assim as obras morrem entre os telefones dos familiares e amigos. Os mesmo devem deixar de se contentaram com as igrejas apenas. Devem investir muito mais na qualidade e deixaram de pensar que no gospel o que importa é só a mensagem… não, quando se faz para Deus deve ser feito com qualidade máxima. O rap gospel é muito mais do que gritar apenas o nome “Jesus”… Meu nome é Killuanji e eu vim para mudar este aspecto trazendo boas novas inspiradas por Deus no Rap.

O rap gospel é muito mais do que gritar apenas o nome “Jesus”… Meu nome é Killuanji e eu vim para mudar este aspecto trazendo boas novas inspiradas por Deus no Rap.

Nota-se no gospel, um movimento artístico diversificado onde, além da música, outras actividades começam a surgir como coreografia, no Brasil por exemplo dança e até carnaval. Essas actividades mais modernas podem mesmo contribuir para a aproximação do Evangelho?
Podem sim e está crescer mesmo e que Deus seja louvado por isso mas também devo dizer que podemos tudo mas nem tudo nós convém. Devemos saber que somos “cristãos” e que há limites nestes tipos de actividade e que o Carnaval nunca teve nada haver com Deus, pelo contrário. Um cenário como o carnaval do Brasil e não só onde mulheres desfilam nuas nas ruas, nunca foi um lugar para um cristão ou como eu seguidor de Yeshua. 

Como lidar com esse tipo de associação, inerente ao próprio ritmo, ao louvor e adoração à Deus?
Não é nada que deve ser esforçado, eu não fui esforçado. O problema é que hoje em dia todo mundo diz ser cristão mas não conhece Deus e nem um versículo bíblico, nenhum. Vejo que muitos cristãos são mais frios do que alguns que não acreditam, sentem muita inveja e associam tudo com feitiço. É mais fácil para Deus abençoar alguém que não conhece a palavra do que alguém que conhece e não coloco em prática.

Qual é o seu maior objectivo com a música?
O meu maior objectivo é dar luz em nome de Yeshua, para aqueles que estão nas trevas, mostrar que ser cristão não é ser pobre, muitos confundem pobreza com humildade. Mostrar que por mais difícil a tua situação é ou for, há alguém que pode resolver. Da maneira que fui salvo assim também quero salvar através do nome Dele.

Lançou recentemente o EP Apocrypha, já é possível medir o feedback?
O Apocrypha saio em um dos momentos mais difíceis da história da humanidade e eu dou graças a Deus por isso porque tudo acontece por uma razão e penso que Deus quis assim. O plano dele não são os nossos planos. Estamos a tentar nós habituar com as compras na internet, uma vez que foi lançado on-line e é sabido que muitos não tenham acesso a internet mas devo dizer que o Feedback é super positivo.

Não tive nenhum patrocínio nem apoio, apenas o meu irmão engenheiro de som e produtor Camufingo e eu trabalhamos nisso durante praticamente 2 anos e graças a Deus tudo correu bem e também conseguimos gravar um vídeo do qual o Feedback também é positivo.

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