A frase “Mama Iami” que dá título ao single, é originária da língua nacional kimbundu e significa “Minha Mãe”, neste caso, o rapper se refere à sua terra, pela qual clama.
Tal como sempre defendeu na sua intervenção, “o gospel é muito mais do que apenas gritar o nome de Jesus”. Desta feita, Killuanji viu-se na obrigação de cumprir o dever de educar e até mesmo manifestar pacificamente, movido pelos acontecimentos do dia 11 de Novembro, que ficou marcado negativamente com a morte do manifestante Inocêncio Matos.
“Manifestei-me como seguidor de Cristo e como fazedor de Rap, manifestei-me no Rap. Senti-me na obrigação de falar, desabafar ou até mesmo manifestar como filho desta terra e artista… não poderia ficar calado numa situação destas, só quem não te amor e compaixão poderia ficar calado”. É desta forma que Killuanji justifica a composição.
“Mama Iami” é a primeira música a ser lançada, após a estreia do EP Apocrypha. Cujo teor, Killuanji espera não ser obrigado a escrever novamente, “uma vez que estou já a 40% do meu novo álbum e seria muito ruim”, caso tivesse que completar a obra em composições tão pesadas, quanto contestatárias.

A música gravada em três dias, contou com o toque qualitativo de Camufingo, que, alinhado à ideia do irmão, rapidamente produziu o instrumental. “Graças a Deus. Foi um projecto muito fluente. Os rapper devem parar e analisar melhor o que estão a dizer, acho que ninguém neste momento quer ouvir musicas sobre swaag, devemos cair mais na real e despertar o povo para o melhor de todos angolanos”, alerta.
O rapper fez saber que o vídeo da música será lançado em breve, mas que enquanto isso, os amantes do estilo poderão ter acesso a mesma seguindo o “link azul”, disponível nas suas páginas oficiais.
Para o artista que “acumula” vivências internacionais, “ é lamentável ver o que atualmente se passa no nosso país”. Mas que ao mesmo tempo é libertador, pois a exemplo dos outros países, os angolanos finalmente começam a exigir com veemência “melhores condições de vida para todos”.