“Kotas” dão aula de bem cantar e só com a lição de 80
Publicado há 3 anos
O Show do Mês “Angola 80” foi um autêntico confronto de titãs. Não no sentido literário, porque não houve vencedor, mas pelo facto de, a partir de casa, as comparações tornarem-se inevitáveis.
A Nova Energia juntou nomes de peso para comemorar os anos dourados da música angolana, é o resultado não poderia ser diferente: “Um senhor show”.
Cada interpretação superava outra. Quando o espectador pensava que um determinado momento era o “pico” do show, lá surgia outro grande momento superando o anterior, foi assim durante às duas horas de concerto.
Foi uma grande viagem ao passado, trazendo de volta canções que o tempo jamais apagará. Não apenas pela harmonia ou qualidade de produção, mas também pelas mensagens que as mesmas carregam.
Se o Kota Bué (Calabeto) teve a responsabilidade de abrir o show, com os truques habituais, despertando a disposição dos espectadores com a música “Tussocana Kiebi”, ao Givago foi dada a “missão” de encerrar, e nada melhor que o tema “Avó Teté” para “obrigar” todo mundo a dançar.
Passaram pelo palco duas senhoras, Dina Santos, que animou com o seu maior hit “Anel”, mostrando que apesar da idade ainda tem pujança, até para dançar “quadradinho” e Clara Monteiro, talvez a maior voz feminina daquela década, interpretando “Volta e Monami”.
“Ka kinhento” e “Desespero”, de Robertinho, assim como “De boate em boate” e “Kizaca”, de Dualy Jair, fizeram parte do menú nostálgico, assim como a homenagem de Cândido Ananás as “Belezas naturais” de Angola.
Carlos Baptista e Shiley proporcionaram os momentos mais românticos do show. “Enquanto espero” e imaginação” são autênticas poesias cantadas, enquanto “Cortiço” e “Triste História” homenageiam o amor.
Sanguito, com “Pôr-do-sol”, suavizou o ambiente com um dos maiores clássicos tocados apenas por saxofone. O evento contou também com uma homenagem aos Irmãos Kafala, com o jovem Elidio a interpretar “Renuncia Impossivel”.
Voto Gonçalves deu voz aos sucessos “Nza Kumba” e “Nga biti mua leba”, ao passo que António Paulino, com o seu forte “pontapé” e “Ginginda” abanou completamente o cenário.
