Hoje o Kuduro deixou de ser a diversão dos jovens de bairros desvaforecidos e transformou-se num movimento social, que traduz o modo de vida e a filosofia quotidiana das populações de zonas peri e suburbanas de Luanda.
Mais do que um género musical e dança, o Kuduro é já um fenómeno nos países de expressão portuguesa, bem como em algumas partes do mundo. Essencialmente influenciado pelo folclórico, o Kuduro partilha raízes do Semba, Kizomba, Sungura, Rap, Rumba, Soca das Caraíbas, Techno, House Music e Afro House, aliás, foi pela via do House que chegou, na última semana, à NBA.
O estilo de Tony Amado e Sebem entrou na maior Liga Nacional de Basquetebol norte- americana com o tema “Blocos” do Dj Aka-M & Johny Bravo, durante uma partida dos Boston Celtics.
Imitando os graves distorcidos por baixo de versos brancos, a claque dos Celtics desceu a quadra para animar o jogo ao intervalo, numa clara demonstração de que a fusão rítmica associada a letras apropriadas da linguagem oral urbana de Luanda “rompeu” o “asfalto”.
Originalmente de Angola, a dança “Kuduro” refere-se a um movimento peculiar em que os dançarinos parecem ter a “bunda dura”, simulando uma forma agressiva e agitada de dançar como os golpes de Van Damme, diz Tony Amado.
Tony Amado, conhecido como o “Rei do Kuduro”, refere que a ideia da dança surgiu depois de ver o filme de Jean Claude Van Damme, O Desafio do Dragão (1989), em que o actor aparece num bar, todo bêbado, a dançar com um estilo muito rijo e pouco habitual para aquela época. Vaca Louca” e “Salsicha”, dançarinos de Tony Amado a e depois de Sebem, coreografaram os primeiros toques da dança.