Não só com chavão “Black Lives Mater” nas redes sociais se faz a luta contra o racismo e intolerância, provas foram dadas com o lançamento do projecto colaborativo e solidário `Labanta Braço´. Trata-se de um disco instrumental promovido pelo Raptilário -programa de rádio da NiTfm e pela plataforma digital Rimas e Batidas.
Lançada na passada sexta-feira, a compilação solidária traz músicas inéditas e junta artistas negros dentre eles: Deejay Télio, Slow J, DJ Marfox, Dotorado Pro, Prétu, Studio Bros, Young Max, DJ Núcleo, Danykas, Herlander, Phoebe, Ângela Polícia ou Bambino. Juntam-se ainda ao projecto Tóy Tóy T-Rex, Oseias, Jackpot BCV, Juzicy, FRXH, Wake Up Sleep, Rkeat, Nástio Mosquito, Mizzy Miles, Cachupa Psicadélica ou DJ Satelite, entre outros, de diferentes géneros musicais, idades e contextos.
A iniciativa, de acordo com os mentores, foi impulsionada pelos recentes protestos que ecoaram um pouco por todo o mundo, tendo repercutido também em Portugal, meses depois com morte trágica do actor Bruno Candé Marques, num novo crime movido pelo ódio racial.
Falando à Lusa, o fundador do Raptilário, fez saber que, “num ano marcado por acções racistas e desrespeito pelos direitos humanos (com mediatismo e sob a luz das câmaras) deste e do outro lado do oceano, somos obrigados a reflectir mais sobre o tratamento que a comunidade negra recebe de instituições e pessoas que deviam estar mais preocupadas em protegê-la do que em marginalizá-la”, afirma Ricardo Farinha. Reafirmando assim, que não se trata de uma questão de intolerância de ‘hoje’, mas sim algo que tem estado enraizado na sociedade.
A compilação está exclusivamente disponível no Bandcamp e é gratuita. No entanto, é possível comprar o formato digital do disco a partir de 1euro — todas as receitas vão reverter para a associação SOS Racismo, informou a Nit.