Intitulado “Trap Queen” o EP que foi disponibilizado esta madrugada no Soundcloud, vem trazer uma MAMY mais versátil e actual, no que toca as novas sonoridades e composições, sem descurar da importância que sempre deu à escrita.
Numa altura em que o mundo se vê atacado por um inimigo invisível e um isolamento social sem prazo para terminar, as artes, mais propriamente a música têm sido um refúgio. E perante este cenário, isolada e com uma percepção clara da importância da música nesta altura, MAMY entrou em estúdio para gravar o EP successor de Femme Fatale.
Com 5 faixas, o EP “Trap Queen” que foi totalmente idealizado e produzido durante o período que corresponde a 2.ª prorrogação do Estado de Emergência, será apresentado hoje às 15 horas logo à seguir ao BeatBox, programa que apresenta na rádio Luanda.
À Carga, MAMY disse que uma semana e meia foi o suficiente para concretizar o trabalho, revelando-se numa fase frutífera em termos de criação. “No princípio estive bastante bloqueada, a mudança de rotina foi muito dura para mim. Toda preocupação com a casa, a filha e outros ocupavam o dia todo”. Reforçando que contornou a situação criando uma rotina adequada, estabelecendo um ponto de equilíbrio para voltar a estimular a criatividade, revelando que “custou, mas assim que lá cheguei as ideias fluíram e em pouco tempo decidi gravar, escolhi o título e parti a buscar do que queria”.

A rapper que não deixa os ouvintes descansarem, no bom sentido, diz que baixar a qualidade dos seus sons está fora de questão, dada a rapidez com que os lança, e garante “tenho ainda muito conteúdo para dar, muitas ideias e letras bem diferentes por lançar”. De acordo com a mesma, o mercado actual, em especial do Rap, exige uma dinâmica diferente da há alguns anos, “maior parte dos ouvintes que realmente vão aos shows, compram o teu material, seguem-te, gostam de ter novidades”, constata.
Quando questionada sobre a transição do Boom Bap para o Trap, a também radialista, relembra que começou a fazer Trap em 2017, “porque quis actualizar a sonoridade e descobri que me dava bem no trap, é onde tenho mais liberdade”. Quanto ao título do EP – Trap Queen, a artista resume “numa vibe, uma forma de viajar, um jeito peculiar de chamar atenção, mas acima de tudo uma fasquia para atingir”, sendo que rejeita os títulos, afastando qualquer possibilidade de estar a concorrer com alguém.
Por último, porém, não menos importante, quisemos perceber quando e o porquê da mudança de nome e a resposta foi simples, a redução do nome aconteceu em 2018, “já não me sentia a artista que a Miss Skills era/representava e queria deixar tudo associado àquele nome”. No princípio da carreira a rapper era apenas MAMY, mas no decorrer da trajectória lhe foi dado o AKA Miss Skills, que passou a usar. Mas como artista “quis resgatar não só o nome inicial como a inocência e pureza com que eu fazia música e era ousada e sonhadora. Portanto, voltei a essência e voltei bem”, explicou.