“Manhãs de Rap, faz e traz bom Rap!” é o lema do evento que virou marca no movimento Hip Hop, idealizado por Apelação (In Memoriam), T.O, Ti João e Sobrevivente, o mesmo teve início em 2012, no Rocha pinto.
O encontro surgiu numa altura em que até o Rap underground estava elitizado, nesta fase, os eventos mais sonantes aconteciam no Espaço Bahia. De lá para cá, o evento simples e inclusivo foi vingando até se tornar uma marca e um dos últimos refúgios para quem quer ver e ouvir aquele rap feito a moda antiga.
Como em outros domingos, ontem foi dia de `Manhãs de Rap´ e o cartaz, bastante atractivo com Beiral Squad: Um colectivo de rappers dos anos 90 que se juntaram e formaram um club de amigos, desfilaram ontem todo o seu charme no Manhãs de Rap, que aconteceu na catedral do Rap angolano, o Elinga Teatro.
O evento contou com uma singela homenagem ao Mestre Ngadiama Wacambasonhi e Mestre Nanhi Wanguimono, que culminou com um minuto de silêncio em prol dos manos a pedido do veterano Mano Bantu. O show contou com os seguintes nomes do Hip Hop Sa nguimbe: Tribo dos Animais Racionais, Sobrevivente, Nsalambi Booz, Mano Tala, Casa Misionária, Kuiza Mona, ZH, Hebo Imoxi, Wyma Nayobe, Don Samu, Way Weza Flow, Perspicuidade, Gansta Pick, Taco Kamabatela e o Pioneiro Mano Bantu.
Foi de arrepiar ver e ouvir Mano Bantu no auge dos seus 52 anos, dropar com arte e vida e ainda deixar o seu filho cassula finalizar a música como uma passagem de testemunho, de pai para filho.
Foi incrível ver Beto Speka sentar na coluna e cuspir com garra, ver Way Weza interpretar uma K7 com a participação astro angolano Filipe Mukenga, ver Don Samu desfilando jovialidade mesmo nos 40, ver o Clacissismo de Hebo Imoxi e a persistência de Wyma Nayobe… foi em suma, uma oportunidade imperdível de ver referências do Rap nacional da década de 90, e que o Beiral do Rap está vivo, com fome do M.I.C, com vontade de passar o testemunho e liderar o movimento rumo ao futuro.
Foi entregue a todos os participantes um diploma de mérito pela organização do evento, pelos esforços feitos em prol do movimento, um reconhecimento tardio mas merecido. Contudo, bem haja a organização por ter lembrado dessa malta que desbravou caminho, pisaram em espinhos para que hoje o Rap fosse a realidade que é. Bem haja o Manhãs de rap e o Elinga Teatro e longa vida ao Beiral Squad!