No seio da classe artística as opiniões divergem quanto à manifestação deste sábado, que visou exigir ao governo angolano soluções para o elevado índice de desemprego entre os jovens.
Depois das imagens difundidas nas redes sociais sobre o caos instalado horas antes da marcha dos cerca de 2500 cidadãos, que pretendiam sair do Cemitério da Sant’Ana para o largo 1.° Maio, as opiniões dos músicos não se fizeram esperar.
Laton dos Kalibrados, por exemplo, não concorda com a forma como as reivindicações são feitas. O rapper foi decisivo nas declarações, dizendo que não apoia.
“Eu sou figura pública e não vão me ver na rua desta forma… Eu não apoio. Eu vou dar a cara e corpo por Angola, mas não assim. Eu sei que há outras formas de conseguir o que queremos”, disse.
Diferente das anteriores, a manifestação deste final de semana acabou por sensibilizar mais músicos nas redes sociais. Mas, se por um lado, Anselmo Ralph, Ndaka Yo Wini, Eva RapDiva, Preto Show, Yannick Afroman, Irina Vasconcelos, Nsoki apoiam as reivindicações, por outro, há quem não concorda.
Á sua maneira, Kid MC lembra que o músico tem o seu papel social. Para o rapper, o artista não é obrigado a sair às ruas porque, critica, até os principais apoiantes da marcha ficaram em casa.
“Não nos apontem o dedo, porque não fomos nós que roubamos o dinheiro”, lembrou Kid MC.
Contudo, Anselmo Ralph discorda. O autor de “A Dor do Cupido” pensa que a “coragem de poucos irá beneficiar a todos, essa é a verdade”. Já Preto Show promete marchar, também, nas próximas manifestações.
“(…) chorei por não ter ido à manifestação lutar para contribuir para a mudança do país. Há muita fome e miséria no país. Estou preparado para lutar convosco em todo o lado”, disse o músico.