Imagem: João Victor
O comprometimento de Mi Mosquito com a música já não é algo de que se espera contar, basta ver a forma como o empresário leva “pelas costas” a nova geração. Nas suas mãos, passaram várias gerações. A música para Mi deixou de ser um simples negócio e passou a ser algo mais pessoal. Para sustentar esse gosto, fundou a Milionário Records, empresa com várias subsidiárias e que actua no ramo da música.
Dentro da Milionário Records, encontram-se a Fantástico Records, a Milionário Gospel, Milionário Eventos e daqui algum tempo vai nascer a Milionário Film, que se dedicará a produção cinematográfica. A produtora tornou-se numa casa de oportunidade de vários talentos. Congrega vozes emergentes como Tennaz, Alice Júlio, Liriany, Mister H, Ngoma, Mónica, Bú Cherry, NGM, Yci Water, Soldier e Beto, um produtor talentoso de 14 anos.
“Não sou um investidor em artistas com base em pagar e já está. Eu vou mesmo ao estúdio, e fico a ouvir, e dou opinião. É mesmo uma envolvência nisso. Aí eu sinto que o projecto é nosso”.

“O amor que tenho pela música faz com que aqueles que estudaram música não tenham a visão que tenho”.
O empresário esteve recentemente no podcast “É Precioso Falar”, onde apresentou uma das suas mascotes Tennaz. O cantor é uma voz promissora e versátil do Ghetto Zouk. Durante a conversa, Mi explicou que prefere investir em artistas que ainda não têm a carreira consolidada, porque gosta de participar na construção dos seus músicos. Senão, sente que o projecto é do artista e tem apenas o seu financiamento.
“É muito importante tornar o projecto nosso”, defende. “Normalmente o artista que já consolidado vem com várias expectativas, o que muitas vezes, a sua contratação acaba apenas numa transição financeira”, continua. Mas isso não significa que não está aberto a vozes já consagradas, desde que tenham este grau de humildade de permita que a Milionário também participe na sua gestão.
“Temos modos operandis diferentes, mas eu não critico. Há uns que preferem assinar com quem já tem um caminho, eu, não. Eu não estudei música, mas o amor que eu tenho pela música faz com que, se calhar, aqueles que estudaram música não tenham a visão estratégica e a intuição que eu tenho”, observa.
Na opinião do empresário, há em Angola produtoras focadas, organizadas, que estão a fazer o seu caminho. E, neste quesito, a sua também está na linha da frente, no que concerne ao sistema de organização e nos estamos a inteirar para estarmos melhor a nível estrutural. Acho que há boa vontade de muita gente dentro do mercado.
Nos últimos anos, pensa Mi Mosquito, o Ministério da Cultura deu alguns passos, a nível da questão dos direitos autorais. “Eu hoje olho para o negócio da música não só porque a produtora tem artistas, o marchandising, a estratégia de venda como é que o digital está”, entende.