O escritor moçambicano está sob isolamento domiciliar e alerta para as implicações profundas do Covid-19, apelando para o cumprimento das recomendações das autoridades sanitárias.
O medo tomou-lhe de assalto e sentiu-se como se estivesse a padecer de um tipo de morte solitária, após ter sido informado que estava infectado, disse Mia Couto.
“Nós já temos vacina. Chama-se máscara, chama-se distanciamento. Portanto, temos as vacinas que serão, até daqui a alguns meses, a nossa arma principal”, lembrou.
O escritor cumpre hoje o 11.º dia de isolamento domiciliar, desde que foi diagnosticado positivo para o novo coronavírus, apresenta-se com sintomas leves, entre cansaço e dores musculares, e considerou que a doença “empurra para uma situação de agonia, solidão e abandono”.
Recentemente, Mia Couto venceu o prémio literário francês Albert Bernard 2020, pela edição francesa da trilogia “As Areias do Imperador”.
Composta pelos romances “Mulheres de Cinza” (2015), “A Espada e a Azagaia” (2016) e “O Bebedor de Horizontes” (2017), “As Areias do Imperador”, centra-se na fase final do Império de Gaza, o segundo maior império do continente, no final do século XIX, dirigido por Ngungunyane (Gungunhana).