Em comunicado chegado à redacção da Carga Magazine, o Ministério da Cultura, Turismo e ambiente lamenta, a morte, em Paris, por doença, aos 91 anos, de Sarah Maldoror, viúva de Mário Pinto de Andrade, co-fundador e primeiro presidente do partido no poder em Angola.
Foi com profunda consternação e dor que o Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente tomou conhecimento da triste notícia do passamento físico de Sarah Maldoror, pioneira do cinema africano, no passado dia 13 de Abril do corrente ano em Paris, vítima de COVID-19, lê-se em nota. Sarah Maldoror, filha de pai antilhano e mãe francesa, nasceu em 1929, foi cineasta e militante anticolonialista. Foi companheira do fundador do MPLA, Mário Pinto de Andrade, com o qual teve duas filhas, Anouchka e Henda.
Sarah foi autora dos filmes “Monangambé” e “Sambizanga”. O primeiro, produzido em 1969, foi inspirado numa novela (O Fato Completo de Lucas Matesso) do escritor e nacionalista angolano José Luandino Vieira, nessa altura preso no campo de concentração do Tarrafal em Cabo Verde. A longa- metragem “Sambizanga”, que foi produzida em 1972, considerada uma das maiores obras do cinema Africano, é também inspirada numa novela de Luandino (A Vida Verdadeira de Domingos Xavier).

O filme “Sambizanga” aborda a guerra colonial portuguesa em Angola e contou com a participação de Mário Pinto de Andrade como co-argumentista.
Radicada em Paris, Sarah Maldoror produziu documentários dedicados a retratos de artistas como a escultora colombiana Ana Mercedes Hoyos, o poeta Aimé Césaire, a cantora haitiana Toto Bissainthe, entre muitos outros, todos eles fazendo parte de memórias do mosaico da cultura universal que tanto bebeu no continente berço da humanidade. Em 2008, Sarah Maldoror foi homenageada no primeiro Festival Internacional de Cinema realizado em Luanda.
No ducumento assinado pela Ministra
Adjany da Silva Freitas Costa, lê-se ainda que, “nesta hora de dor e de muita tristeza, o Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente, solidariza-se com a sua família, prestando sinceras condolências por tão sentida perda e rende a mais elevada homenagem pelo enorme contributo para a cultura de Angola e de África”.