Carlos Burity morreu na manhã de hoje (quarta-feira), em Luanda, vítima de doença. O músico esteve internado na Clínica Girassol, mas depois de receber alta, o músico sentiu-se mal e foi encaminhado ao hospital onde acabou por falecer nas primeiras horas desta manhã aos 67 anos.
Carlos Fernandes Burity Gaspar nasceu, em Luanda, no dia 14 de Novembro de 1952, e viveu parte da adolescência no Moxico, onde integrou, em 1968, a formação pop–rock “Cinco mais um”, com Catarino Bárber e José Agostinho, o último do Duo “Missosso, com Filipe Mukenga.
Próximo das turmas e da movimentação dos grupos de Carnaval luandenses, Carlos Burity já era, no princípio dos anos 70, figura de cartaz na Sede Social de São Paulo, importante centro cultural e de recreação da cidade de Luanda, alinhando, como vocal, em agrupamentos musicais consagrados: Kiezos, Negoleiros do Ritmo, África Show e Águias Reais.
Em 1974 grava, com o Grupo Semba, uma selecção de músicas angolanas que ficou na história da Música Popular Angolana. O seu primeiro single incluiu os temas “Ixi Iami” e “Recado”. Neste mesmo ano, divide o palco com David Zé e Artur Nunes, num grande espectáculo realizado na Cidadela Desportiva de Luanda.
Após ter lançado “Angolaritmo” (1991), “Carolina”, 1992, “Massemba”, 1996, “Uanga”, 1998, “Zuela ó Kidi”, 2002, “Paxiiami”, 2006, o músico lançou em 2010 “Malalanza”, que viria ser o seu último álbum.
Carlos Burity esteve em palco pela última vez em Dezembro
de 2019 na Casa 70 para protagonizar o Duetos N’Avenida, em companhia de Patrícia
Faria e Gersy Pegado e com o suporte da Banda Maravilha.
O espectáculo encerrou a terceira temporada deste conceito e reuniu cerca de
450 pessoas. Na condição de homenageado da noite, o músico deixou o público
nostálgico ao interpretar “Ojala Yeya”, “Dona Cachi”, “Nzumbi Dya Papa”,
“Minga”, “Monami”, “Tia Joaquina”, “Paxi Yami”, “Canção Nostalgia”.