Depois de algum tempo a enfrentar graves problemas de saúde, devido a uma lesão ocular, provocada por três tumores na cabeça, a kudurista de 36 anos já pode, finalmente, voltar a cantar e pisar os palcos.
Apesar de ainda não se recuperar totalmente da visão perdida em 2013, Nayo Crazy já consegue enxergar minimamente e, segundo ela, os médicos que a operaram já a autorizaram a voltar a cantar e subir aos palcos. A recuperação, narra a kudurista, tem sido lenta por causa das dificuldades que tem em adquirir medicamentos, que custam 40 mil Kwanzas.
Conhecida desde 2004 com a música “Kibolobolo” e “Chão”, ao lado de Naveia, a artista tem música nova e diz que também está disponível para participar em projectos de quem estiver interessado, mesmo que não seja Kuduro, tal como havia feito no álbum “Pico” dos Irmãos Almeida.
Recentemente voltou a entrar em estúdio e gravou um tema novo. Já se sente melhor?
Neste momento, só estou a precisar de fazer certos exames e o acompanhamento do controle, porque, fui operada na cabeça, então, às vezes, tenho dificuldades, ainda mais com este nosso Coronavírus. Para aminha medicação preciso de 40 mil para os exames de tac são 100 mil Kwanzas.
Essas serão as últimas análises?
Sim, serão. E vai terminar em Junho. Porque eu fui operada em Dezembro e os mesmos doutores estão sempre a me fazer controle.
O quê que os médicos dizem sobre o seu estado de saúde? ainda não é muito cedo para voltar a cantar?
Como os doutores admitiram que eu já posso voltar a gravar, então decidi fazer este novo trabalho, para ver também se consigo angariar alguma coisa e gravar mais coisas para poder meter no mercado.
Quer dizer que não perdeu a vontade de cantar…
É tanta a vontade de cantar. É o que eu quero mesmo, porque se aparecer alguém que quer que eu participe no seu som, para eu meter minha voz, eu já estou disponível. Os doutores já me disponibilizam que eu possa aparecer novamente em palco e nas gravações. É só mesmo falta de apoio.
Se a convidassem agora mesmo para entrar num estúdio e gravar, estaria disposta?
Eu estaria.
Já tem alguma coisa preparada?
Não tenho. Vou me basear na letra da pessoa que eu vou fazer participação. Posso participar noutras músicas. Eu também não participei naquela dos irmãos almeida!?. Nunca me convidaram para outras participações, mas eu posso participar.
Neste exacto momento consegue enxergar?

Eu consigo. Os doutores disseram-me quando fui operada que não ia ver na totalidade, é paulatinamente, porque eu demorei muito tempo com os tumores na cabeça.
Como é que tem sido o seu dia-a-dia? Escreve um bocadinho ou ainda não dá por causa dos olhos?
Nunca fui muito de escrever música. Eu dependo do que me bate na mente e faço. Anteriormente, estava muito em baixo, mas agora já tenho o astral levantado. Nunca fui de escrever música o que me aparece na mente é o que eu faço.
O que mais a preocupa neste momento?
O que mais me preocupa mesmo é a compra dos medicamentos e os últimos exames que tenho de fazer. Os medicamentos são 40 mil Kwanzas. Quem quiser ajudar, pode ligar para o meu número: 923331805.
Em 2004 antes do incidente, cogitava-se que estava a preparar o primeiro álbum, não era mais fácil arranjar patrocínio para lançá-lo ao invés de cantar?
As pessoas nunca mais escutaram a Nayo Crazy, então, decidi colocar este novo trabalho no mercado. É mesmo música nova. Nao me vem o título na cabeça!
Já tinha um álbum a caminho sim. Estávamos a pretender meter umas 12 ou 10 faixas. Eu estava a trabalhar aí na BMax e ainda não tínhamos decidido o título.