Nila Borja anuncia regresso aos palcos

Falar de Nila Borja é falar indubitavelmente de um dos maiores expoentes da música infantil dos anos 90, seja com ‘Bolinha no pé’ ou ‘A Luz do Semba’ ainda hoje os seus temas fazem vibrar as gerações passadas, bem como as mais novas, que se deixam contagiar pela vanguarda.

A cantora esteve presente na mais recente edição do Show Piô, pretexto mais que suficiente para um exclusivo com a Carga Magazine e, o que se julgou ser apenas uma participação especial, foi na verdade, um prenúncio do seu grande regresso aos palcos.

Para quem ainda se lembra, houve uma fase em que a artista forjou-se no jornalismo, propriamente como apresentadora, sendo um rosto frequente nas televisões das famílias angolanas. Conduziu o carrossel “para crianças exclusivamente”, logo a seguir o Nila Show, reservado para adolescentes.

Mas não foi tudo, em 2008 aos 21 anos, ainda chegou a lançar um álbum, porém a carreira musical não vingou. “Na altura emigrei daí a pouca divulgação/promoção. Podia ter aproveitado a internacionalização mas estava ocupada com estudos”, lamenta. 

Na conversa breve e suscinta, Danila Borja afirmou que a sua “notável” ausência nos últimos cinco anos, deveu-se aos estudos e dedicação profissional. Com fólego novo, revela em primeira mão que voltará às lides artísticas com projectos nacionais e internacionais, dos quais adianta apenas o lançamento de “um álbum novo, loja de marca e produtora musical”.

Sobre a sua participação no Show Piô, a autora de `Bolinha no pé´, não se inibe em partilhar que a cada actuação, ainda é invadida pelo “sentimento de concretização”, pois tratam-se de “clássicos da música infantil nacional”.

No seu entender, a falta de informação e diversidade cultural estão na base da escassez de conteúdos infantis de produção nacional e, na sua avaliação a actual indústria musical infantil é “fraca”, “porque não se nota o interesse na formação de novos talentos. Pelo menos em termos de Angola, talvez não aconteça o mesmo pelo mundo. Há os caça-talentos mas não há aposta na continuidade sempre. Deve haver mais entrega à música infantil que é o início para o desenvolvimento de qualquer etapa da vida”, pontua.