É quase impossível dissociarmos o nome Vui Vui dos Kalibrados, pelo historial do grupo no Hip Hop lusófono. Mas, tanto como produtor, intérprete ou letrista, o músico não tem nada a provar, aliás, por isso é que hoje atende pelo nome OG Vuino.
Seus primeiros trabalhos a solo “Mafia King” e “De Mim Para Vocês” falam por si e, apesar de serem mixtapes, as obras deixam claro sobre a importância que o artista tem no Hip Hop nacional, uma originalidade que será agora detalhada no seu primeiro álbum de estúdio ” Fazer de Novo”, a ser lançado a 24 de Agosto.
O álbum de estreia de OG Vuino traz uma matriz africana, com miscigenação de sons e culturas do Continente e angolana, em particular. A obra reúne participações de nomes de referências na música angolana e africana, além de Kadaff, Dji Tafinha, GM, Filho do Zua e Rui Orlando
De acordo com o músico “Fazer de Novo” assemelha-se ao emblemático “Negócio Fechado”, a obra de estreia dos Kalibrados, entretanto possui características próprias, tanto na sonoridade, métrica e profundidade dos textos e contará com lançamento físico.
Por que motivo o álbum vai se chamar Fazer de Novo? O que os Kalibrados têm a ver com este álbum? O músico responde a estas e outras perguntas nesta entrevista.

O título ‘ Fazer de Novo’ remete-nos à ideia de que só agora encontrou espaço para fazer diferente. O que pretende fazer de novo?
Na verdade, o “Fazer de Novo” remete a uma ponte de ligação entre o Vui Vui e OG Vuino, e este álbum poderia dizer que é uma espécie de “Negócio Fechado”, mas a solo. Foi isso o primeiro factor que levou ao tema “Fazer De Novo”, mas agora a solo. Depois disso, há muitos outros porquês, mas foi isso o motivo inicial.
É um álbum que traduz bem toda a sua experiência na música, particularmente no Rap, devido à profundidade traz nas abordagens. De que temas específicos retrata?
Este álbum espelha muito a evolução de sonoridade, de flow de métrica e, obviamente, de abordagem. É uma abordagem vasta naquilo que é a minha maneira de estar no Rap, os anos de estrada, a preocupação com o contexto do país. Há temas mais pessoais; há a aminha visão sobre alguns temas pertinentes da vida e do mundo; é um álbum bem completo na abordagem, faz lembrar muito, em termos de abordagem e de feeling, de atmosfera, o “Negócio Fechado”, daí poder dizer que é uma álbum completo de ter um tema para cada pessoa.
Embora seja inegável sua particularidade artística, o nome ‘Vui Vui’ estará sempre associado aos Kalibrados. Em que aspectos o “Fazer de Novo” se aproxima ou distancia dos ” “Miúdos Sem Juízo”
Esta obra tem 50% de um lado Kalibrados e 50% de um lado completamente distante dos Kalibrados. A nível daquilo que é distante dos Kalibrados é a sonoridade, portanto, só o facto de ter uma sonoridade actual e misturas com referências angolanas e africanas faz com que a nível de sonoridade eu tenha ali um produto muito único, motivado por várias mixes que pareciam distantes, mas que casaram bem, então, o produto final, em termos de sonoridade, é um produto distante dos Kalibrados e distante do que se ouve, o comum.
O álbum sai a 24 de Agosto, data do seu aniversário. Qual a possibilidade de termo-lo em formato físico?
Estamos a tentar todos os possíveis de ter alguns números físicos e, portanto, até lá estamos nesta luta para ver se se consegue ter volta de mil ou duas mil unidades físicas.
É dos nomes mais importantes do Hip Hop no país e, além do legado que deixou com os Kalibrados, terá outras ambições individuais. O que mais se pode esperar desta caminhada a solo? Podemos aguardar por mais álbuns?
Isto vão ter que descobrir no álbum. O álbum fala um pouco sobre isso, vão ter que descobrir no álbum.
O que gostaria de alcançar com este álbum que não foi possível com os Kalibrados?
Impacto na vida das pessoas e músicas que fiquem para sempre.