Começou no Hip Hop e, com o passar do tempo, sentiu a necessidade de experimentar outras sonoridades, foi assim que descobriu a sua própria identidade musical, baseada na esteticidade dos beats africanos.
Carlos Nsingi nasceu em Portugal e nunca esteve em Angola, mas mantém fortes ligações com a cultura angolana, desde a música, gastronomia ao modo de ser, estar, falar, incluindo a forma de vestir, porque seus país são angolanos e parte da sua família vive em Angola.
O músico acaba de escrever um novo capítulo da sua carreira ao lançar, esta manhã, um EP inédito com fusões de Pop Urbano, Hip-Hop, R&B, Trap e Afro beats, verdadeiro depósito de experiências individual e colectiva e está disponivél nas plataformas digitais.
Apesar da carreira um tanto quanto emergente, seu talento já suscitou vários interesses. Produziu para Masta (Força Suprema), SP Deville, Frank&Rogg, Gasso e Nuno Abd e prova nesta antrevista à Carga que tem muito mais para oferecer à indústria da música.

Como é que começa o seu envolvimento com a música?
A música sempre esteve presente na minha vida. Venho de uma familia cristã e os primeiros passos foram dados enquanto baterista na igreja quando ia aos ensaios com o meu pai que cantava no grupo.
Mas em 2007 foi o início enquanto rapper. Comecei a fazer maquetes com um grupo de amigos da minha zona.
Em que circunstâncias sua carreira começa a se tornar mais consistente?
A carreira começa a ganhar forma a partir do momento em que, em conjunto, com o meu amigo de infancia Bernardo Melo criamos a banda Koncept – onde tivemos a oportunidade de fazer vários showcases e aparições no centro e no sul de Portugal. A partir de 2018 foi quando senti uma necessidade de abraçar outro tipo de sonoridades para encontrar a minha estética e identidade.

Qual é o ponto de situação da sua carreira?
#LOVERDOSE é o início de um novo capítulo enquanto artista – O último original que editamos foi em 2018. Três anos depois lanço-me nesta aventura a solo com o objectivo de solidificar a marca NSINGI e de contribuir com a minha arte na indústria, tanto como cantor e produtor.
Em que aspectos acha que a sua música pode contribuir para a indústria musical?
Tudo isto deve-se ao facto da herança musical que tenho, angola e congo, e de consumir vários generos. Hoje em dia considero que faço Pop Urbano onde fundo o Hip-Hop, R&B, Trap e Afrobeats.
Neste momentos quantos projectos tem a solo?
A solo tenho o álbum de instrumentais – Man In Zouk – e no passado mês de Março lancei o maxi-single “Wowmen” em homenagem ao movimento de empoderamento feminino. Com os Koncept temos em comum o EP “Na Via das Duvidas”.
Descreve o seu novo EP como depósito de das suas memórias. De que tipo de experiências se refere?
Experiências pessoais, relatos de amigos… O que vejo e o que vivo.
Por quê razão decidiu tornar públicas essas experiências?
A verdade é que os últimos meses foram meses de muita incerteza, dor, dúvida, angústia e medos. E este EP explora a alegria e a leveza do amor romântico.
Qual é a essência do EP?
A essência deste EP é o amor. Amor pela arte, amor pelo próximo, respeitar e amar o processo. Vem com uma mensagem de optimismo e sublinha que a vida deve ser vivida com Joie agarrando-nos a quem e ao que nos faz feliz.
Andou por algumas capitais europeias. Até onde essas experiências influenciaram na concepção deste EP?
Adoro viajar, mas é em Portugal que me sinto em casa. Cada cidade tem a sua magia… E ter a oportunidade de conhecer novas pessoas, ouvir outros sons, ver e conhecer outras tradições e culturas inspiram-me. Acredito que é com a mistura que avançamos.
Com que artistas angolanos tem tido mais contactos e porquê?
Ainda nao posso levantar muito o pano, mas dentro de muito pouco tempo poderemos vir a ter uma colaboração com um artista do panamorama angolano.
Que particiações traz nos seus projectos musicais?
Para além de Koncept, já tive oportunidade de colaborar com o SP Deville,(SP&Wilson/Makongo), produções para Masta (Força Suprema), a Frank&Rogg, Soundskillz – que co-produziu comigo este novo EP – Gasso e Nuno Abdul, de Moçambique.