O ministro da Cultura, Turismo e Ambiente, Jomo Fortunato, cometeu uma das maiores gafes do seu mandato, ao coroar o músico Eddy Tussa como príncipe do Semba, sem antes definir os critérios para o efeito.
O número um da cultura colocou a coroa na cabeça do artista, num evento transmitido em cadeia nacional, legitimando a nomeação por parte do governo de Angola, uma vez que é o representante no sector.
A justificação apresentada pelo ministro, dizendo que a coroação não engaja o Ministério, não faz sentido, uma vez que no acto da investidura foi apresentado como membro do governo e não como artista ou um simples cidadão.
Que estudos foram feitos para se encontrar o príncipe, quais os reais critérios? Discos, tempo de carreira? Obviamente que nunca haverá unanimidade para uma nomeação como essa, mas quaisquer que sejam os critérios, há outros à frente de Eddy Tussa.
Poderiamos citar vários nomes, mas não vamos fazê-lo por respeito aos mesmos e ao próprio Eddy Tussa que, diga-se, tem feito a sua parte em prol da cultura, resgatando sucessos nacionais, mas ainda não é o príncipe do Semba.
No entanto, não podemos brincar com coisas sérias, devemos respeitar o esforço dos artistas, dos homens da cultura e não minimizar com “charadas” que deixam indignados até o mais leigo na matéria
Definitivamente, isso não pode ser prioridade para o Ministério, quando a instituição nem sequer tem políticas para desenvolver a cultura e o próprio Semba em particular. Deixa as coroações para as organizações independentes ou para o público e trabalhe mais, senhor ministro.
Cuidado com os títulos, afinal o Semba é a nossa bandeira, como cantou Carlos Burity!