O mercado musical angolano tem estado cada vez mais competitivo, são vários os jovens intérpretes a procura de uma posição, mas poucos conseguem deixar a sua marca. Uns têm a sorte de “pegar” a primeira e se tornarem conhecidos logo na primeira e única música, outros levam anos para isso acontecer, e uns, mesmo depois de muitos anos, não conseguem fazer sucesso.
Os caminhos que cada um segue estão identificados. Uns optam pela via mais fácil, outros pela via normal, uns com talento, outros não, uns com poder financeiro, outros sem um tostão.
Uns não precisam de ajuda da comunicação social para fazer sucesso, porque interpretam músicas com cabeça, tronco e membros, bem estruturadas desde o conteúdo a produção. Estes não precisam de favores, muito pelo contrário, os DJs é que andam atrás dos seus trabalhos, as rádios tocam para prender a audiência e a net dá apenas sequência.
Outros precisam muito das rádios e da net para promover os seus trabalhos. Estes não cantam músicas bem estruturadas, não cantam o que gostam, mas sim o que o público quer ouvir, ou seja o que estiver na moda. Não têm vida própria, mas têm criatividade suficiente para oferecer ao público o que eles querem.
Este grupo algumas vezes paga aos radialistas para promover seus trabalhos, usam incessantemente a internet para divulgação dos seus temas e, alguns, tornam-se heróis de uma franja da juventude, particularmente para o seu público-alvo.
Depois há o grupo dos “sem talento”, mas pelo facto de gostarem muito de música ou motivados por um familiar que também canta, experimentam pegar no microfone e subir ao palco. Estes têm como principais parceiros as rádios, pagam para as músicas tocar, pagam para actuar em pequenos shows, pagam para frequentarem programas televisivos, pagam para quase tudo.
Este grupo está dividido em dois: Os que mesmo sem talento conseguem fazer sucesso com um ou dois temas, muito por causa das rádios que fazem a música parecer boa de tanto tocar, depois “somem do mapa”, e os que desistem sem conhecer o sabor do sucesso, abraçando de seguida outros desafios, como DJ, promotor de eventos ou agente musical, as suas funções preferenciais.
Então, em que grupo te enquadras senhor músico? Alguns músicos começam a carreira com a pirâmide invertida e resulta, fazem sucesso e tornam-se conhecidos. Mas o facto de resultar não quer dizer que seja a opção mais acertada, há necessidade de se criar uma estrutura, criar alicerces para suportar o sucesso ou fracasso. Profissionalizem-se.