A escritora moçambicana Paulina Chiziane venceu a 33a edição do Prémio Camões. Conhecida por dar papel central a figura da mulher africana em seus livros, a autora é a primeira mulher africana a ser laureada com essa distinção, que é uma das mais importantes honrarias da literatura em língua Portuguesa.
Chiziane não é apenas pioneira no prémio, é um marco para o próprio país, já que foi a primeira mulher moçambicana a publicar um romance na história, com o livro “Balada de amor”.
De acordo com o júri, composto por portugueses, brasileiros e dois dos PALOP (Moçambique e Guiné Bissau), a atribuição do 33º a Niketche: Uma História de Poligamia justifica-se porque a escritora transformou-se numa ponte para a nova geração, além do seu protagonismo e dar voz a histórias de personagens como a própria Rami (Niketche), uma mulher que descobre que o marido mantém relacionamento com várias amantes e opta por conhecer cada uma delas.
Avaliado em 100 mil euros (perto de 70 milhões de Kwanzas), a atribuição é considerada o principal prémio da literatura em língua Portuguesa.
“O júri decidiu por unanimidade atribuir o Prémio à escritora moçambicana Paulina Chiziane, destacando a sua vasta produção e recepção crítica, bem como o reconhecimento académico e institucional da sua obra”, lê-se na nota.