Workaholic, Perfeccionista, Queer, Outsider, Freak, Genius… todos adjectivos lhe caíam como luva, o seu magnetismo e espírito livre foram relatos de autenticidade e fizeram reflectir sobre estereótipos no mundo da música e da moda. Na data em que se assinalou o sexto ano post mortem, Minneapolis reoxigenou a imagem de Prince, como uma majestade musical cujo ímpeto moderno e intemporal fica imortalizado.
Prince Rogers Nelson mostrou interesse pela música ainda petiz, quando compôs a sua melodia mais memorável com apenas sete anos de idade. Aos 18 anos de idade, juntou-se à Warner Bros. Records se tornando o criador mais jovem da marca, quando entregou sua coleção de introdução, “For You”.
“Purple Rain”, a sua obra mais bem sucedida foi lançada em Junho de 1984. Esta colecção foi a primeira de Prince a chegar ao número um na Billboard 200, onde permaneceu por 24 semanas. Adaptado ao cinema no mesmo ano, “Purple Rain” ganhou um Oscar de Melhor Trilha Sonora Original.
Ao todo, Prince lançou 42 colecções de estúdio durante a sua carreira, sendo que a última foi “Hit n Run Phase Two”, datada de Dezembro de 2015. Três álbuns póstumos foram lançados em 2018, 2019 e 2021.
Existem pessoas que são um exagero, no bom sentido. Prince Rogers Nelson era um exemplo disso: um exagero de personalidade, atitude e competência. E não, não estamos a exagerar. Nascido aos 7 de Junho de 1958 em Minneapolis, o multi-instrumentista, performer e músico ficou mundialmente conhecido após ter vender mais de 100 milhões de álbuns e 60 milhões de singles e ter lançado carreiras de bandas de apoio como: The Family, The Revolution, The New Generation; foi um fenómeno ao lado de nomes como Michael Jackson, James Brown e Jimi Hendrix, isto na altura da tão mencionada Black Music, na época existia um único denominador comum: modificar a cara da música mundial.
Foi neste cenário que nasceu Prince, desafiando o óbvio, recriando, reinventando e ditando novos passos catapultando a música para a vanguarda. Rebelde, mudou o seu nome para um impronunciável “símbolo de amor”, e escreveu a palavra “escravo” sua bochecha, em sinal de protesto às condições contratuais do selo Warner.
Cruzou a fronteira entre masculinidade e feminilidade ao recusar prender-se a noções tradicionais sobre o que era apropriado para mulheres e o que era correcto para os homens usarem. “As pessoas dizem que uso saltos porque sou baixo. Na verdade eu uso porque as mulheres gostam”. Disse na década de 80, dando uma vaga ideia do vigor sexual da sua obra, no que isso pode significar de mais criativo e vibrante.
Usou a moda como afrodisíaco, primeiro os preliminares com looks caricatos e depois sem medo de cores, brilhos e tecidos metalizados impregnou tudo de emoção. Nas suas vestes a cor púrpura tornou-se uma espécie de lamento sentimental. De ascendência afro-americana, tinha o estilo que os brasileiros chamariam de“galã sexy” sexualmente ambíguo, ícone de diversidade no que diz respeito a imagem.
Nunca antes catalogado num único estilo musical, a sua assinatura era uma mescla de gêneros Funk, R&B, Soul, Psicadélica, New Wave, Jazz, Rock, Pop e Hip-Hop. Revelou-se prodigioso com a guitarra conforme a revista Rolling Stones “foi possivelmente o melhor solo da história numa balada”, o que viria confirmar mais tarde com a apresentação da música While My Guitar Gently Weeps na qual juntava sintetizadores e bateria electrónica passando a ser considerado o momento épico de qualquer cerimónia, pois a sua performance em palco era algo extraordinário.
A notícia da morte do lendário aos 57 anos no passado dia 21 de Abril de 2016, pintou de roxo e preto as primeiras páginas da imprensa mundial. Pelo que, foram prestadas homenagens em todas as partes do mundo.